sexta-feira, 23 de junho de 2017

PINGOS














Título: Chuva
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Pingos fracos
de chuva a caírem,
a molharem
meus cabelos,
meu rosto,
meu corpo.

Pingos fortes
de chuva a se derramarem
sobre mim,
sobre o pensamento
que vivia
naquele momento
em mim:
você

Pingos fortes
de chuva
lavaram meus pensamentos
e levaram você.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 31/12/2007
Código do texto: T797819

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

LABIRINTO

Agruras,

amarguras.
Medo,
de novamente,
me perder
nesse labirinto
que me tornei,
que, sempre,
me torno
quando não encontro gratidão,
gratidão de palavras,
de cumplicidade,
de olhares,
de sentimentos
que de mim fogem.
Não ficam espreita
do há de vir,
do que há para se sentir,
de que valsa bailar.
Só receios,
arrepios,
fugas,
mortes.

terça-feira, 12 de julho de 2011

VENTO FORTE

O Vento tateia o meu rosto.
Sussura no meu ouvido.
Diz que voa pelo planeta
e no mar vai se banhar.
Na tentativa de encontrar aquela
que sua foi um dia.
Vento forte.
Sudoeste. Noroeste.
Volte do Alto Mar
e venha para a areia da praia.
Para comigo brincar,
acariciar
e nos meus desejos,
talvez, quem sabe,
os teus desejos encontrar.

sábado, 10 de abril de 2010

VIDA

Vida fútil,
Inútil,
sem sol.

Vida bela,
aquela que segue
ao sentimento
e não à dor.

Vida ribeira,
mansa
e certeira
que segue o Rio devagar.

Vida altiva,
na busca da Luz,
do Sol.

Vida humana,
temes o fim
e esqueces
que em ti encontra-se o atalho,
o gérmen, o ínicio,
o pulsar, o sopro
da outra vida,
que um dia viverás.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

MÃE

Meu porto de chegada.
Meu porto de partida.
No aconchego,
do teu útero,
uma janela para a vida.
Na saída de tuas entranhas,
a fragilidade de um ser recém formado,
que de ti precisará por todo o sempre,
por todas as vidas.

Mãe,
Espírito de Luz,
Espírito de Vida.
Estarás compromissada
por toda a sua existência.
És a enviada de Deus
para viveres a maternidade
e instruíres teus rebentos
para um Novo Mundo formarem.
E dares a cada um a dose exata do Amor,
que de ti transborda,
que em ti respira.

Mãe.
És o único ser que possui o poder de gerar,
dentro de ti, a vida.
Como a Terra gera a Natureza,
da qual fazes parte.
És Digna.
És Luz.
És como Maria
que, também, gerou seu filho amado
para se transformar na maior Luz vista neste planeta.
Tu, bem que tentas transformar o que gerastes num ser de bem.
És Única.
És Divina.
És Mãe.
És Mulher.

Publicado no Recanto das Letras em 04/05/2009
Código do texto: T1574795

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A PAIXÂO

Saudade repentina que me dá
Ao sentir, que um dia
Estive com ela a me rodear
Éramos um
Mesmo sendo dois.
Éramos felizes
Mesmo quando a tristeza nos abatia
Éramos vigorosos
Cheios de sonhos
Ilusões. Fantasias.
Para mim eras meu breque
Meu porto seguro
O ombro onde me recolhia.
Para ti
O menino grande
Que por tudo sentia e sofria.

O tempo passou...

Saudade repentina que me dá
De ouvir-te falar
De sentir-te de novo a me rodear
E eu ter de só perceber-te
E contentar-me com a saudade
E o amor que ficou
Em nossos corpos e emoções.

Lá atrás,
No tempo...
No tempo que passou.

Publicado no Recanto das Letras em 17/02/2009
Código do texto: T1444285

sábado, 8 de novembro de 2008

REFLEXÕES

Ao olhar o Sol,
vi o esplendor dos seus raios
a rodear a manhã que com ele se levantava.
Ouvi os sons
que com ele acorda
ao observar o vulto do seu clarão.
Estasiei-me
ao sentir ao meu redor
toda a Natureza a conspirar
para que especial esse dia fosse.
Os pássaros se comunicavam
a entoar belas canções.
A brisa em meu rosto soprava
sua suavidade primaveril.
O Mar com águas tranqüilas
espelhava-me e refletia a Luz Solar.
O dia ganhava horas e se movia.
Aos poucos,
o movimento crescia,
fazia o dia ebulir,
ganhar mais horas.
Amadurecer.
Os seus sons
a se modificarem.
No céu,
diamantes a brilharem.
Hora do dia adormecer.
Dar lugar à Noite
com seus sons
e seres específicos
para que amanhã repita o ritual
de acordar a vida, o belo, a existência.

Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2008
Código do texto: T1272379