sábado, 8 de novembro de 2008

REFLEXÕES

Ao olhar o Sol,
vi o esplendor dos seus raios
a rodear a manhã que com ele se levantava.
Ouvi os sons
que com ele acorda
ao observar o vulto do seu clarão.
Estasiei-me
ao sentir ao meu redor
toda a Natureza a conspirar
para que especial esse dia fosse.
Os pássaros se comunicavam
a entoar belas canções.
A brisa em meu rosto soprava
sua suavidade primaveril.
O Mar com águas tranqüilas
espelhava-me e refletia a Luz Solar.
O dia ganhava horas e se movia.
Aos poucos,
o movimento crescia,
fazia o dia ebulir,
ganhar mais horas.
Amadurecer.
Os seus sons
a se modificarem.
No céu,
diamantes a brilharem.
Hora do dia adormecer.
Dar lugar à Noite
com seus sons
e seres específicos
para que amanhã repita o ritual
de acordar a vida, o belo, a existência.

Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2008
Código do texto: T1272379

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A ESCOLHA

Mil caminhos andei
À procura daquele que me fizesse te esquecer
Caminhos tortuosos
Foram os que encontrei
Cheios de bifurcações
Cruzamentos
Sem saída
Sem volta
Neles a tudo conheci
Em todos esbarrei
A tudo dei trela
Vivi
À margem
Andei na contramão da vida
Naquele momento
Minha vontade não existia
Estava inerte
Apagada
E eu brilhava
Sem o Sol na cabeça
Só nuvens carregadas
A me rodearem
Só depois consegui fazer uma escolha
Escolha difícil que quase me levou
Me deixou na escuridão
Mas dentro desta escuridão
Vi uma Luz
Só a mim chamava
Só a mim desejava
Uma Luz que me iluminava
O corpo e a mente doentes
Uma Luz que me trouxe de volta
De volta à Vida
Ao mundo
Aos teus braços
A Você.

Publicado no Recanto das Letras em 06/11/2008
Código do texto: T1268839

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A VISITA

Há tempos não acontecia.
Parecia que o mundo estava estagnado.
Eu, de um lado.
Eles, do outro.
Sem se tocarem.
Imóveis.
Só os sentimentos,
só os pensamentos,
corroíam a nossa existência.
Existência maculada
por sensações
que não deveriam ser reveladas.
Maculada por um dos lados.
O lado que já se desconhecia,
que se perdia nas irrelevâncias do existir.
O mundo não parou.
Continuou a girar.
E num desses giros,
um lado sentiu dor, solidão.
Sentiu-se só por dentro e por fora.
A reviravolta.
E o mundo a girar...
O lado que estava agonizante,
aos poucos, começou a se levantar.
A ver um belo Sol voltar a brilhar.
Tomada de consciência.

Há tempos não acontecia.
E, agora, voltou a acontecer.
Houve o perdão.
Houve o amor.
Houve o filho pródigo de volta ao lar.
Houve a vitória plena da sabedoria.
Pai e Mãe e filhos se reencontram no achego,
no aconchego do colo de um Amor
que ultrapassa fronteiras
e nunca deixará de existir.

Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258754

LUZ

Bolas.
Flores.
Bolo.
Música.
Som.
Cores.
Mãe.
Pai.
Sonho. Ilusão.
Vovós.
Vovôs.
Mãezinha.
Mãezona.
Tias.
Tios.
Dinho.
Primos.
Amigos.
Todas as gerações.
Todos os encontros.
Todas as vidas
unidas numa só direção.
Direção a Deus.
Direção a mulher,
ao homem,
na sua procriação,
no nascimento
do seu rebento,
do seu fruto maduro,
de sua energia,
de sua perpetuação:
uma menina,
uma criança,
uma Luz que a todos irradia:
Sophia!

Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258667

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

TATUAGEM

Corte-me os pulsos.
Prenda-me o ar.
Mas,
deixe-me viver.
Viver o presente,
o passado,
o futuro,
a um só tempo,
para que não se esvaia.

Deixe-me livre
sem as correntes,
sem as amarras,
que eu fico preso,
como tatuagem,
ao teu corpo,
ao teu peito,
ao teu coração.


Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2008
Código do texto: T1205550

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PRIMAVERA

Ao observar
o vento a balançar
os galhos da árvore
com folhas primaveris,
deparei-me com o Tempo:
pueril, implacável, amedrontador,
que a tudo modifica,
que a tudo transforma,
que a tudo esmaece,
que a tudo renova,
que a tudo refaz,
que a tudo renasce.

Tempo, Tempo:
meu templo
de adoração a Deus
e da Vida que brota
em cada instante,
do Nascente ao Poente,
do Ocidente ao Oriente.
Tempo dos Homens.
Tempo dos Céus.
Tempo dos Sonhos.
Tempo de Paz.


Publicado no Recanto das Letras em 24/09/2008
Código do texto: T1194886

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

PORTO DE PÉROLAS

Cena muda.
Gradativamente,
movimenta-se.
Pescadores atracam
a trazer raridades.
Raridades trazidas
do fundo do mar,
com a permissão dos Deuses
e de Iemanjá.
Raridades sublimes,
supremas,
delicadas.
Raridades preciosas:
gente, música,
sons, palavras...
Raridades reluzentes,
brilhantes.
Á procura de um porto:
um porto pra se achegar,
um porto de luz,
um Porto de Pérolas
à beira do mar...


Publicado no Recanto das Letras em 15/09/2008
Código do texto: T1178772

terça-feira, 9 de setembro de 2008

RESPOSTA

Minha resposta
virá com o vento
no redemoinho do tempo
na virada
da página da vida
que espreita minhas emoções.

Minha resposta
será simples,
pura
como água cristalina,
será de inspiração Divina,
soprará ao teu ouvido
como melodia de pássaro.
E tu a entenderás
como um afago,
um sorriso,
um carinho.
Mas,
ela é mais:
é um segredo,
é uma pérola,
é um achado.
Nosso.
Só nosso.
Que nem os homens.
que nem o tempo o desfaz.

Publicado no Recanto das Letras em 09/09/2008
Código do texto: T1168873

sábado, 6 de setembro de 2008

AMOR II

A dor,
ainda,
insiste,
persiste,
resiste,
faz o coração dilacerar.
É como comer
vidro moído,
as vísceras tem dificuldade de expurgá-lo.

A dor
do amor
é dor
insone,
insana.
Leva-te a mundos
sem experiência humana.
Leva-te às trevas.
Leva-te a vidas
desfeitas em pó.
Leva-te à Fênix
renascida das cinzas.
Leva-te a Deus.
À Vida.
À Loucura humana.

Publicado no Recanto das Letras em 06/09/2008
Código do texto: T1164239

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

NOVO RUMO

Pensamentos sazonais.
Sentimentos verticais.
Homem a debruçar
sob a luz do Luar.
Estrelas infindas a brilhar
na retina do seu olhar.
Nuvens esparsas.
Coração vadio
preso a um Passado
infinito, vulgar.
Homem a soluçar
debruçado a janela
do casarão milenar.
A soluçar por si,
pelos outros,
pelo passado,
pelo futuro,
que estão a vir,
a galope irão chegar,
desnortearão todos os rumos
para que novas trilhas
comecem a se traçar.

Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2008
Código do texto: T1162621

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

VIVER

Viver.
Rebento maduro.
Nascer.
Brotar uma flor.
Eclodir o amor.
Numa profusãode sons,
de cores,
de seres,
de idéias,
de pensamentos.
Viver.
Rebento oportuno,
que espanta a tristeza,
que engana a dor.
Viver.
Morrer.
Renascer.
Ciclo divino,
como as estações do ano,
como a Esperança e o Amor.

Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2008
Código do texto: T1160065

terça-feira, 2 de setembro de 2008

AVE DE ARRIBAÇÃO

Estou a me esconder
como ave de arribação.
Toda vez que fico visível
migro para outras paragens.
Busco o inexplicável,
o obscuro,
o inefável.
Por isso,
estou à deriva.
Náufrago em águas profundas
a boiar sobre um estilete,
a procurar os mistérios da Terra,
a entender os mistérios do Mar.
Mistérios infindáveis
para uma ave como eu,
que não quer pouso certo,
prefere voar ao sabor do Ventos
ou prefere ouvir os sons dos Céus.

Publicado no Recanto das Letras em 02/09/2008
Código do texto: T1158390

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

ILUSÃO

Ilusão foi não contar com o inesperado,
foi não vislumbrar o plausível
que dançava diante de meus olhos.

Ilusão foi não acreditar na intuição,
foi não enxergar com a razão
que as pupilas dilatavam com a luz.

Ilusão foi o não sofrimento,
foi dar-lhe crédito a todo momento
e pensar que nenhum estrago faria.
Ilusão foi iludir-me com estes anseios
foi sentir-me no calabouço da traição
e ver que para o seu desamor não tem perdão.
Publicado no Recanto das Letras em 01/09/2008
Código do texto: T1156148

domingo, 31 de agosto de 2008

SONHOS DO CORAÇÃO

Chuva fina.
Vento frio.
Flores a sorrir.
Nuvens a chorar.

Homem taciturno.
Cachorros em busca de um ninho.
Mulher a cantar modinhas muito antigas,
feitas de magia,
feitas de emoção,
feitas de lembranças,
lembranças de uma criança
que vivia a sorrir
numa casa cheia de histórias e sonhos.
Sonhos vivos, reais.

Sonhos imortais
que perduram,
que pulsam
e vivem enraizados
no mais oculto de um ser.
Sonhos e lembranças
que foram feitos
com todo amor
dentro do coração.

Publicado no Recanto das Letras em 31/08/2008
Código do texto: T1154572

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

VIAGEM NO TEMPO*

Toda vez que contigo converso,
volto o ponteiro do relógio para trás.
Até um tempo remoto
que de mim não se esvai.
Através de ti vejo a Infância,
e como ela era feliz em ti.
Muitas vezes eu não a entendia,
por não saber como vivê-la.
E, tu,a garota gorduchinha de cara amarrada,
sabia dela fazer uma companhia,
uma amiga, uma irmã.
Tu soubeste com ela brincar
e proveito tirar.
Ou melhor, tu a viveste intensamente,
sabiamente.
Curtiste cada gota de mel que te lambuzava.
Cada boneca a ti presenteada.
Cada colega que contigo brincava.
E eu não via como um sentimento deste
modificava as pessoas,
fazia delas algo de especial,
fazia delas algo importante e natural,
fazia delas uma criança
radiante e imortal.
* Poesia dedicada a Edilane Santos Amaral, minha irmã.
Publicado no Recanto das Letras em 29/08/2008
Código do texto: T1151682

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

MARCAS II

Marcas não cicatrizadas
que persistem a incomodar.
Marcas presas ao passado
que no presente estão a ressoar.
Marcas fundidas
com outras.
Marcas profundas
que perturbam,
incomodam,
vivem em solo fértil,
presas dentro de mim.

Publicado no Recanto das Letras em 28/08/2008
Código do texto: T1149869

terça-feira, 26 de agosto de 2008

DUAS PÉROLAS

Duas preciosas pérolas
encontrei a passear
à beira-mar.
Duas pérolas perdidas
ou, pelo menos, esquecidas
por alguém displicente.
Duas pérolas que rolavam
no desfazer das ondas,
onde todos banham os pés.
Duas pérolas brilhantes
que passavam despercebidas.
Duas pérolas infantis
a brincar, brincar...
Duas crianças esquecidas.
Pelos responsáveis?
Ou pelo Mar?
Publicado no Recanto das Letras em 26/08/2008
Código do texto: T1146362

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

PÁGINA EM BRANCO

Mesmo com o tempo a passar,
sou uma página em branco a ser escrita.
Escrita por mim,
por todos que me rodeiam,
pelas felicidades
e agruras
que terei de percorrer
com esse tempo a passar.

Evidente,
que já possuo várias páginas escritas,
sacramentadas,
que não podem
e não devem ser apagadas.

Mas,
o todo é uma página em branco,
a procura de uma palavra,
um sentimento,
um afago,
uma pena para nela escrever,
para nela marcar
a existência de um ser.

Publicado no Recanto das Letras em 25/08/2008
Código do texto: T1144783

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

DIA SIMPLES

Sinto o Sol
sobre a minha cabeça
a esquentar-me os pensamentos.
Pensamentos difusos, vagos,
sem um objetivo pré-determinado.
Assim,
amanheci o dia de hoje.
Dia simples
com cheiro de primavera.
Dia para ficar à beira-mar,
a escutar a sabedoria do Mar.
Dia para sentir o Vento soprando no rosto,
desanuviando a ressaca do dia anterior.
Dia para seguir em frente,
não olhar pra trás.
Dia de renovação.
Dia de viver intensamente,
sem nenhuma culpa,
sem nenhuma dor.

Publicado no Recanto das Letras em 22/08/2008
Código do texto: T1140330

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

VISÃO EM PRETO E BRANCO












http://www.brazilpostcards.com/

Estou a enxergar o mundo
em preto e branco,
como as fotos que ainda guardo comigo
no meio das minhas recordações.

Por que não em cores?
Talvez, me indagues.

Porque estou me revisitando,
me revendo,
me reconhecendo,
me reencontrando
no meio de tantas lembranças
que julgava esquecidas
ou jogadas fora na última arrumação.

Talvez,
depois,
eu enxergue colorido.
Mas, num colorido à moda antiga,
como o dos postais em preto e branco
pintados com as emoções do artista.

Publicado no Recanto das Letras em 21/08/2008
Código do texto: T1138649

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

SOPHIA

Semente.
Vingada.
Fruto futuro.
Tornar-se-á fruto maduro.
Encherá com seu sorriso travesso
de alegria a vida de todos
que já estão a rodeá-la.
Sophia,
menina sonhada e desejada,
embalada nos colos
que já a conheciam e desejavam.
Sophia,
nossa menina,
seja bem-vinda
ao novo mundo
que em breve se abrirá para ti.


Publicado no Recanto das Letras em 20/08/2008
Código do texto: T1136919

domingo, 17 de agosto de 2008

PALAVRA

Doeu
como há tempos não doía.
Uma palavra bem
ou mal dita
fez rebentar o meu peito,
deixá-lo ferido
a sangrar sem estancar.
Palavra dita,
num momento,
que não deveria ser pronunciada.
Deveria permanecer calada.
Verdadeira?
Equivocada?
Ainda não a defeni.
Só sei que me machucou
e me deixou a doer,
no meu mais íntimo,
no oculto do meu ser.


Publicado no Recanto das Letras em 17/08/2008
Código do texto: T1132737

sábado, 16 de agosto de 2008

RELUZIR

Sinto o som do Vento
a embalar-me
como embala a música
que ouço adentrar-me o espírito.

Vejo o Sol a brilhar
com intensidade febril.

É inverno.
O azul com que esse Céu me presenteia,
diluindo-se por todo o meu ser é Divino.
Vem de Deus.

Esse Dia
é a certeza de uma Noite estrelada e enluarada.
Esse Dia
é a certeza de uma Vida bela, plena.
Uma vida cheia de certezas,
amor e esplendor.


Publicado no Recanto das Letras em 16/08/2008
Código do texto: T1130768

quinta-feira, 17 de julho de 2008

DIAS DESSES...

Dia desses,
visitei um mundo,
que até então,
julgava desconhecido.
Nele,
encontrei pessoas e imagens
que começavam a se apagar dos meus pensamentos,
que começavam a ficar esmaecidas como fotos antigas
fotografadas no íntimo do meu ser.
Dia desses,
ouvi uma voz...
várias vozes...
que comigo falavam,
que a mim várias coisas diziam:
recordações do mundo em que vivia,
de um lugar,
que apesar de longínqüo,
palpita e pulsa com força,
ao meu redor,
e, sempre,
dentro de mim.

Publicado no Recanto das Letras em 17/07/2008
Código do texto: T1084424

quarta-feira, 16 de julho de 2008

ÉS-ME

És-me pouco.
És-me muito.
És-me tudo.
És-me inteiro.
No meu corpo te encontras
neste labirinto onde irás te perder.
No meu peito te alojas
neste vermelho pulsar.
Nos meus sonhos te insinuas
como uma chama a dançar na escuridão.
És-me a vida.
És-me a luz.
És-me um grande amor.
Uma paixão.

Publicado no Recanto das Letras em 16/07/2008
Código do texto: T1083096

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ONTEM

Ontem
pensei que o mundo fosse desabar,
senti o meu mundo estremecer,
meu corpo desfalecer.
Pensei que fosse te perder.
Não conseguiria continuar a caminhar
sem a teu lado estar.
Não conseguiria respirar
sem ter você para comigo o ar dividir,
a vida partilhar,
as emoções intensas que temos para parir.


Publicado no Recanto das Letras em 10/07/2008
Código do texto: T1073568

quarta-feira, 9 de julho de 2008

VOCÊ

Queria te ter
sem te perder
sem me perder.
Só a ti venero.
Só em ti confio.
Só contigo quero viver,
envelhecer.
És a luz de minha vida.
És a alegria que sinto
eclodir pelo meu ser.
És tudo de belo e bonito
que a minha vida conheceu.
Por isso estou contigo
e contigo continuarei
até o dia que a nossa chama não mais brilhar.

Publicado no Recanto das Letras em 09/07/2008
Código do texto: T1071929

segunda-feira, 7 de julho de 2008

QUEM ME DERA

Quem me dera voltar o tempo
e nele me perder
e não conseguir me encontrar.
Quem me dera me despir de tudo
e de todos
para que em mim possa me encontrar.
Quem me dera pudesse voar
para lugares infinitos
e neles pudesse te reencontrar.
Quem me dera tudo fosse perfeito,belo,
do jeito que sonho, imagino,
mesmo que sem graça fosse,
para que eu tivesse um parâmetro
para me medir, te medir,
medir a todos
e não vivesse a me perder,
a perder a ti,
a me perder nos outros.
Quem me dera.


Publicado no Recanto das Letras em 07/07/2008
Código do texto: T1068669

domingo, 6 de julho de 2008

PENSAMENTOS

Pensamentos antigos,
vis,
emocionantes.
Pensamentos
sem a preocupação com o real,
com o palpável.
Pensamentos que me rodeiam
e me rodeiarão
no ontem, no hoje e no amanhã.
Pensamentos de sonhos,
de vida,
de libertação.
Pensamentos vivos
que me percorrem
deixando-me livre
de tudo, de todos.
Pensamentos meus
que jamais se libertarão.
Estão a viver dentro de mim
no fundo do meu ser,
dentro do meu coração.


Publicado no Recanto das Letras em 06/07/2008
Código do texto: T1067705

FUGA

Fugi.
Fugi sim.
Viajei por pensamentos.
Por terras não conhecidas.
E não reconhecidas.
Perdi-me no labirinto
de minhas emoções.
Vivi a dúvida
para encontrar respostas concretas.
Não as encontrei.
Escondi-me do mundo
a procura de mim.
Por pouco não me deletei.
Só sei que voltei
o início de tudo,
ao princípio,
ao redemoinho
que sopra dentro de mim.


Publicado no Recanto das Letras em 04/07/2008
Código do texto: T1064710

sábado, 1 de março de 2008

MARCAS

















Título: Pegadas

http://pensoeudeque.weblog.com.pt/pessoais/pegadas.jpg

Marcas.
O que são marcas?
São rastros,
são pegadas
deixadas,
por alguém,
como prova
de um ato
lícito ou ilícito?
O que é lícito?
É você,
que tem o poder nas mãos?
O que é o poder?
É matar,
dissimuladamente,
um homem lícito ou ilícito
que contribuiu
pro seu país?

Edilmar Amaral


Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2008

Código do texto: T881997

BELEZA I




















Título: Afrodite
http://www.vadiando.com/archives/afrodite.jpg

Belo.
Bela.
Não importa.
O que importa
é a beleza
a passear
pela areia
da praia,
a mostrar
as suas diversas
morenices.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2008
Código do texto: T881998

PERGUNTAS














Título: Question

http://ummundomagico.blogs.sapo.pt/arquivo/question.jpg

Pergunta ao Nada
que não quer
me responder:
Por que eu ?

E o Nada
fica de um lado
e eu de outro,
sem nos reconhecermos.
Por que eu ?

Poderia ser Outro
que desse respostas,
mais perspectivas,
mais falta de pudores.
Por que eu ?

E não os outros?

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2008

Código do texto: T881995

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

À MARGEM DE MIM

Preciso me jogar
do abismo
que eu mesmo criei.
Preciso arriscar
se não
vou morrer
sentado
à beira da estrada,
à beira da vida,
à margem de tudo,
à margem de mim.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2008
Código do texto: T879624

MENTIRAS

Mentiras,
mentiras,
nunca mais
quero delas viver.
Quero outra vida conhecer
e viver em paz.
Paz nos sentimentos,
no que digo,
no que vivencio.
Paz em mim.
Somente paz.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2008
Código do texto: T879618

OSSO DURO DE ROER

É osso
duro
de roer,
de qualquer
maneira.
Mas,
quando
pega-se
o tutano,
o de dentro,
o gostoso,
é dos Deuses.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2008
Código do texto: T879615

domingo, 24 de fevereiro de 2008

SONHOS I

Sonho.
Sonhos devassos.
Sonhos de amplitude.
De amplidão.
Sonhos.
Sonhos repentinos.
Diuturnos.
Sonhos do nada.
Do tudo.

Sonho
com sonhos
impossíveis
de aqui se realizarem
nesta esfera,
não em outra,
em que o mundo
possua uma outra dimensão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873769

OLHOS CRISTALINOS

Olhos
cristalinos,
sem mácula,
inocentes.
Olhos
cristalinos
por mãos sujas,
maculadas,
perderam
a luz
da chama
e da inocência.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873767

PERNAS

Pernas bonitas,
torneadas.
Pernas perfeitas.
Pernas da mulher,
da mestiça,
da mulata brasileira.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873765

sábado, 23 de fevereiro de 2008

DESPEDIDA

Estou a fenecer
a cada instante,
a cada hora,
a cada dia.
E tu,
quem vive ao meu lado,
não percebes,
não prestas atenção
às mínimas pistas
que te as dou.
Preferes ficar na superfície
e não ires a fundo
no que imaginas que vês.
O fim é próximo,
caminha a passos largos
e como todo poeta
cumprirei este destino.
Nesta hora suprema,
dar-te-ei um beijo,
um beijo de despedida,
um beijo sobre uma lápide,
um beijo gelado
e todo o meu legado.

Estou a fenecer
a cada instante,
a cada hora,
a cada dia.
E tu,
quem vive ao meu lado,
não percebes,
não prestas atenção
às mínimas pistas
que te as dou.
Preferes ficar na superfície
e não ires a fundo
no que imaginas que vês.
O fim é próximo,
caminha a passos largos
e como todo poeta
cumprirei este destino.
Nesta hora suprema,
dar-te-ei um beijo,
um beijo de despedida,
um beijo sobre uma lápide,
um beijo gelado
e todo o meu legado.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2008

Código do texto: T871827

ÚNICA FANTASIA

A única fantasia
que não me realizaste
foi a de ter ver nu
a andar pela tua terra natal.

Repressão?
Medo?
Ou falta de coragem?

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2008

Código do texto: T871823

MESMICE

A mesmice
das coisas
me incomoda,
me tira do sério.
A mesmice
da vida,
do viver.
A mesmice
do olhar.
A mesmice
do meu ritmo
que não procuro modificar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2008

Código do texto: T871821

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

XANGÔ




















Título: Xangô
http://www.marciomelo.com/2004/Xango.jpg

Xangô guerreiro,
meu protetor,
me ajude
nesta batalha.
Iluminai
minha mente,
meu coração,
para que eu
saia vencedor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2008
Código do texto: T867713

O TEMPO DESACELEROU

No
tempo
corrido
que corre,
passei por ti
e te cumprimentei.
O tempo desacelerou.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2008

Código do texto: T867708

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

MOÇOILA















Título: Rosa Negra

http://www.vampirakitana.blogger.com.br/rosa%20negra.jpg

Moça bonita.
Moça negra.
Moçoila.
Deixas-me em êxtase
quando passas,
pela calçada
de minha rua.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2008

Código do texto: T865758

CABELOS CASTANHOS

Os teus longos cabelos
castanhos,
quando deitavam
sobre o meu colo,
só me traziam felicidade.
Agora,
é passado.
É só lembrança.
Pura e Bela.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2008

Código do texto: T865756

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O VENTO

O vento
me é
um elemento
de fé.
Toda vez
que dele preciso
ele vem chegando
de mansinho,
como agora,
e me acaricia
o corpo
e os sentidos
e me deixa
mais leve
a alma.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/02/2008

Código do texto: T864406

SONHEI ...

Sonhei
que o perdão
me fora concedido
e que de agora
em diante
pudesse
te amar
e andar contigo
lado a lado,
como outrora.
Engano.
Foi só um sonho ...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/02/2008
Código do texto: T864402

domingo, 17 de fevereiro de 2008

TULIPAS















Título: Tulipas
http://www.ibpinet.com.br/ibpicard/images/fundo/Tulipas.jpg

Tulipas
amarelas,
fortes,
singelas.
Belas.
Vejo-as
num jardim
feito só para elas.
Tulipas
amarelas.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/02/2008

Código do texto: T863049

MALVADA

Malvada
é o que tu és.
Sem tirar,
nem pôr.
És o que de pior
alguém na terra
já gerou.
Malvada
tudo na vida
tem retorno,
estou a ele esperar.
Quero ver-te quedar
aos pés de Oxalá.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/02/2008

Código do texto: T863047

sábado, 16 de fevereiro de 2008

SOL



















Título: Sol Mixteco
http://www.redgfu.net/jmn/images/sol_mixteco.jpg

A forte luz
que me clareia os olhos,
só pode ser gerada
pelo Sol,
astro que tem a função
de nos colocar pra cima,
nos energizar,
em nossa longa escalada
rumo ao infinito,
aos céus.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/02/2008

Código do texto: T861685

PIEGAS

Piegas
é do que te chamo.
Sentimental.
Não consegues viver
sem esta muleta
a atrapalhar
o nosso relacionamento
capenga, instável,
a um passo de terminar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/02/2008

Código do texto: T861682

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

SETE SINOS DA FELICIDADE















Título: Sete sinos da felicidade
http://www.jfservice.com.br/vidasaudavel/arquivo/bonsfluidos/2007/11/28-sino/

Ouça
o vibrar
dos sete sinos
da felicidade.
O Vento
convida-o
a nele
embarcar.
A abrir
tua casa,
a deixá-lo entrar,
para energizá-la
e enxê-la
dos fluídos
que ele o ofertará.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2008

Código do texto: T860371

MIGALHAS

Tuas migalhas
jogue-as aos pássaros.
Ou melhor,
não as dê.
Nem para eles
algum proveito terão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2008

Código do texto: T860369

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

INSPIRAÇÃO














Título: Musas Gregas
http://www.ocisco.net/teatro/imagens/paulavaleria/musasgregas.jpg

A pena da caneta
várias vezes
engasga-se
com as palavras
não as deixando fluir.
O poeta
atônito fica
a pensar
que sua Inspiração
fugiu
para a morada das Musas,
deixando-o vazio,
sem versos a parir,
sem versos a brotar.
Mas,
se poeta, realmente for,
ela não o abandona,
só descansa,
revitaliza-o
para voltar
pleno de idéias
com vontade
de novos versos fazer,
de novos versos
com a tinta da pena pintar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008

Código do texto: T858895

PERSONAGEM













Título: Luzes no Palco
http://blogluso-carioca.blogspot.com/2007/03/27-de-maro-dia-mundial-do-teatro.html

No palco,
o ator
cria a personagem
e vive-a
mas ele não a é.

No palco
da vida,
visto a minha personagem
que se escrevendo vai
no decorrer da vida
e eu a sou.

No palco,
o ator representa
e ao final
do espetáculo
recebe
merecidos aplausos.

No palco
da vida,
o espetáculo
não tem fim,
vou representando-o
até que a cortina se feche
sem aplauso.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008

Código do texto: T858896

RECAÍDA

Por ti,
vi e senti,
novamente,
o que não queria.

Por ti,
percebi
o quão fraco sou,
cai na sarjeta.

Mas,
continuarei lutando,
até que consiga me libertar,
totalmente,
de ti.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008

Código do texto: T858893

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CHUVAS DE VERÃO













Título: Chuva
http://7art-screensavers.com/wetflowers.shtml

Chuva forte.
Temporal.
Final de tarde.
Chuvas de verão.
Molham a terra.
Refrescam.
Resplandecem
todos os seres viventes.
Lavam a alma.
Chuvas de verão.
Cumprem
o ciclo necessário
à revitalização
das matas,
das espécies.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/02/2008
Código do texto: T857518

SONS DA ALMA

Sons
que invadem
os meus ouvidos
com belos
cantares
de pássaros,
quando a passear no jardim estou.

Sons
que me levam
a levitar,
sons do silêncio
que quase
não conseguimos mais escutar.

Sons
que me levam
ao Nirvana,
sons
que ouço
quando na mata estou
perto da minha gente
que por lá
se esconde
e só se revela
aos puros d’alma
aos iniciados.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/02/2008

Código do texto: T857517

PREFIRO ...

Prefiro
viver
de realidade
as ilusões machucam.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/02/2008

Código do texto: 857515

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

DÚVIDA


















Título: Crianças
http://vermelhomelancia.blogspot.com/2007_05_01_archive.html

Menino?
Menina?
Grande dilema.
Preocupação,
pra quê?
Serão os dois.
Ou um dos dois.

Menino.
Menina.
Broto
gerado
e eclodido
na Lua Cheia,
na Lua da Magia,
na Lua dos Reis,
Fadas e Rainhas

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 11/02/2008

Código do texto: T854863

ACUSAÇÃO

Estás a me acusar
de que estou a te matar,
pouco a pouco,
com a sutileza
dos torturadores,
de que em curto
espaço
de tempo
irei conseguir.

Será ?

Se eu conseguir,
de acordo com as tuas previsões.
Que lástima.
A roda que gira o mundo
continuará a girar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 11/02/2008

Código do texto: T854861

domingo, 10 de fevereiro de 2008

FIM DA DOR ?

Hoje,
a dor
chegou ao fim.
Enfim,
embora foste.
A deixar para trás
rastros de destruição,
de dor.
Rastros
de um amor ferido,
que tenta,
desesperadamente,
esquecer-te
e findar
com esta dor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/02/2008

Código do texto: T853395

AMOR BANDIDO

És
a quem ninguém conhece.
És
quem vive na penumbra.
És
de quem não existe informação,
não sabe-se o que fazes.
Mas,
a meu lado estás.
Faz-me
brotar delírios,
prazeres.
Dúvidas,
certezas.
És
o amor oculto,
bandido,
tatuado na pele,
na alma.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/02/2008

Código do texto: T853394

sábado, 9 de fevereiro de 2008

BELEZA















Título: Sol
http://mauromars.weblog.com.pt/arquivo/2004_09.html

Quero o sol
a bronzear
minha pele,
a dourar
meus cabelos.

Quero o mar
a refrescar
minh’alma,
a energizar
o meu corpo.

Quero a Beleza
que passa
diante dos meus olhos
pra me dar vida,
alegrar meu coração.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 09/02/2008

Código do texto: T852082

NEM UMA LÁGRIMA

Nem uma lágrima,
nem um sentimento
expressarei mais por ti.
Quanto a permaneceres a meu lado,
é por um tempo,
um dia irás e não mais voltarás.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 09/02/2008

Código do texto: T852079

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

RONDA

Rondo
toda a casa.
Não estás.
Rondo
todos os recantos
que existem
nas ruas.
Estás.
Em outros braços.
A sentir outros afagos.
Nem um olhar.
Finges que não me vê.
Cansei de escândalos,
de maltratos.

Volto
para casa.
Só.
Como um fantasma
na escuridão.
Ao chegar,
subo até o quarto,
jogo-me à cama.
Uma dor
imensa
apodera-se de mim.
Choro
todas as lágrimas
que tenho para chorar.
E adormeço
fatigado,
na esperança
de que ao amanhecer,
estejas a dormir ao meu lado
e de que voltes para mim.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2008

Código do texto: T850685

FIM

O fim chegou.
Vejo-o há tempos.
Suportamos,
enquanto
deu para agüentar.
Agora,
há a dor
que nos corroerá
por uns tempos
ou por todos os tempos.
Mas,
creio que com o passar dos dias
ou dos anos
se apaziguará.
E, quem sabe?
Voltaremos a sorrir,
a viver
e até um novo amor encontrar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2008
Código do texto: T850684

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

OBSERVAÇÃO















Título: Baleias
http://ciencia.hsw.uol.com.br/baleias2.htm

Ao observar
o mar
avistei
ao longe
duas baleias,
mãe e filho,
a seguirem
seu caminho
de volta
às águas
profundas.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 07/02/2008

Código do texto: T849262

OLHO POR OLHO

“ Olho
por olho.
Dente
por dente. “
Nas Escrituras
sacramentado está.
Já ultrapassado foi.
Mas,
para ti
que não deverias,
nunca,
ter existido
em minha vida,
ainda,
acrescento:
“quem com ferro fere,
com ferro será ferido.”

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 07/02/2008

Código do texto: T849259

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

UMA LÁGRIMA















Título: Pierrô
http://www.bloggers.it/Unachelasalunga/index.cfm?date=28%2F02%2F2006&blogaction=archive&file=blog_2_2006.xml

Uma lágrima
rolou
dos olhos
do pierrô.
Uma lágrima
de tristeza,
pela perda
de seu imenso amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 06/02/2008
Código do texto: T847831

AO PÉ DO OUVIDO

Não dir-te-ei
agora
e em nenhuma hora
o que sinto,
manterei camuflado
neste peito
sufocado
de dor.
Não dir-te-ei.
E, se possível,
evaporarei
a minha presença,
o meu cheiro,
o meu amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 06/02/2008

Código do texto: T847830

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

RESSACA





















Título: Ressaca
http://www.flickr.com/photos/lelloalves/

A ressaca
do mar
é um espetáculo
ímpar,
inusitado.
É a força da natureza
a se manifestar,
a mostrar
a sua energia,
a informar
que quem tem força,
quem domina,
não é ninguém,
a não ser ela.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 05/02/2008

Código do texto: T846583

TRANQÜILIDADE

Na corrida
da vida,
deparei-me
contigo.
Calmo,
sereno,
tranqüilo.
Pronto
a abraçar-me,
a ter-me
a teu lado.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 05/02/2008

Código do texto: T846582

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

MIL FACES

Mil faces
tem o pierrô.
Mil faces
tem a colombina.
Mil faces
tinha o amor
que pensei
que por mim sentias.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 04/02/2008

Código do texto: T845417

QUERO-TE

Quero-te,
não agora.
Quero-te
maduro,
inteiro.
Com tuas pendências
jogadas
ao vento.
Quero-te
íntegro,
sem máculas,
sem mistérios,
íntegro,
pleno.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 04/02/2008

Código do texto: T845416

domingo, 3 de fevereiro de 2008

CARNAVAL




















Título: Pierrô, Arlequim e Colombina
http://nilsongalvao.blog.uol.com.br/

Palhaços.
Arlequim.
Pierrôs.
Colombinas.
Música.
Muita música.
Belezas.
Loucuras.
Ilusões.
Carnaval
terra propícia
às loucas sensações,
às loucas paixões.
Carnaval
folia de alguns dias..

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 03/02/2008
Código do texto: T844372

NEGO

Nego
tudo
o que
de mim falares,
o que
de mim pensares,
o que,
por ventura,
por ti sentir
ou o que
por mim sentires.
Nego-te
por três moedas
e um falso
beijo na face.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 03/02/2008

Código do texto: T844371

sábado, 2 de fevereiro de 2008

ENERGIA

















Título: Sol e Lua
http://www.chicosena.blogger.com.br/2006_03_01_archive.html

Belo é o Sol.
Bela é a Lua.
Bela é a Energia
que em todos
os corpos
se irradia.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 02/02/2008

Código do texto: T843156

JOGO PERIGOSO

Imenso
é o que sinto.
Imenso
é o que vivo.
Imensa
é a dor
que podemos
nos causar,
se não pararmos
de brincar
com esse jogo
perigoso
que é o amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 02/02/2008

Código do texto: T843155

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

VIVER















Título: Velas
http://groups.msn.com/Reikifloresdebachetc/lasvelas.msnw

Viver
me consome
como a luz
da vela
que fica a derreter.

Viver
me trouxe cicatrizes.
Marcas
de acidentes,
de expressões.
No corpo,
na alma.

Viver
me é importante.
Quero estar pronto,
quando
o inevitável momento chegar
com seu belo manto
e sobre mim
ajeitá-lo
para o meu corpo agasalhar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/02/2008

Código do texto: T841960

LONGE DE TI











Título: Revoada
http://www.transpantaneira.com/index.htm

Ao ver
a revoada dos pássaros,
vi
ir junta
a minha vontade
de voar
para bem longe de ti.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/02/2008

Código do texto: T841954

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

SUAVE

Suave
como a brisa.
Suave
como o sol
d’amanhã.
Suave
como o pôr-do-sol.
Suave
como a lua.
Suave
como as noites
no Sertão.
Suave
como um carinho.
Suave
como teu corpo.
Suave
como teu jeito
de amar.
Suave
como nossos beijos.
Suave...
Suave...
Nosso amor
manter-se-á.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 31/01/2008

Código do texto: T840508

ALMAS GÊMEAS

Almas irmãs.
Siamesas.
Ligadas,
unidas
por um cordão
umbelical.
Próximas
ou distantes
vivem
a se procurar,
a tentar
se reencontrar.
Ligação profunda,
passada,
alinhavada
em outra vida,
em outro plano.
Almas gêmeas.
Unidas.
Irmãs.
Eterno amor.
Nunca os laços
se desatarão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 31/01/2008

Código do texto: T840507

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

PISCAR D'OLHOS

Num
piscar d’olhos
por ti
me encantei.

Em mais
um piscar d’olhos
te vi
te enxerguei
me desencantei.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2008

Código do texto: T839329

FLORES I















Título: Flores
http://caminhando.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_02.html

Flores molhadas
pela água
da chuva
possuem
um quê
de especial,
de jovial,
que encantam,
que enamoram
todos os pássaros
que vêm
admirá-las.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2008

Código do texto: T839326

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

TALVEZ

Talvez,
um dia
te reencontre
e o antigo amor,
que marcas indeléveis deixou,
reacender-se-á..

Talvez,
um dia
te reencontre
e o antigo amor,
como uma chama,
apagar-se-á.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2008

Código do texto: T837422

TE ENCONTREI

Nos fios
tecidos pelo tempo,
te encontrei,
ao acaso,
com os pensamentos
presos ao passado.
Te acordei.
Renasceste.
E ao olharmo-nos
nos amamos
acordados
a viver o presente.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2008

Código do texto: T837421

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

MENINO TRAVESSO

Nem as lentes escuras
dos teus óculos
escondem
o olhar
do menino travesso
que sempre serás.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2008

Código do texto: T836716

LÁGRIMA I

A lágrima
derramada
dos teus olhos
dasaguou
num lindo
lago azul.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2008

Código do texto: T836713

domingo, 27 de janeiro de 2008

PERSONA

Sinto-me
num palco,
como um ator
à procura
de sua personagem,
em pleno
processo de encontro,
de elaboração,
de afinação.
A procura
do tom exato
para sua execução.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 27/01/2008
Código do texto: T834764

FEITOS NO CORAÇÃO

Sonhos feitos.
Desfeitos.
Sonhos refeitos.
Raros.
Sonhos meus.
Perdidos.
Achados.
Deixados de lado.
Sonhos lindos.
Feitos no coração.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 27/01/2008

Código do texto: T834763

sábado, 26 de janeiro de 2008

AMAMO-NOS*


















Título: Crianças brincando
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0100b03.htm

Relembro-me
de nós.
Das nossas travessuras.
Das nossas aventuras.
Das nossas descobertas.
Dos garotos que fomos.
A teu lado,
eu fui feliz.
Brincadeiras.
Passeios.
Viagens.
E nós,
vivendo num mundo
que criamos.
Só nosso.
Nele,
você se fazia de chefe.
Eu te perturbava
e te levava
para todas as peraltices,
todas as traquinagens.
Eu te fazia feliz.
Fomos assim crescendo.
Sempre juntos.
Sempre unos.
Por questões geográficas,
estamos separados.
Mas,
sempre a brincar
nos reencontros,
nos e-mails,
nas mensagens instantâneas.
Nós nos fazemos felizes.
Acredito que os meninos
que juntos cresceram
continuam vivos.
Vivos de vida.
Vivos de sentimentos.
Vivos no amor.
Afinal,
AMAMO-NOS.


* Esta poesia é dedicada a meu irmão Ulimar Paes do Amaral

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008
Código do texto: T834168

O NÃO RAIAR DO SOL...
















Título: Dia Nublado
http://www.pnuma.org/publicaciones/atlas2005/images/pag000_DiaNublado.JPG.htm

O não raiar
do sol
deixa a vida
deserta
com um gosto
de nostalgia
e um quê
de solidão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008

Código do texto: T833470

MINHA INFÂNCIA

Mangas,
pitangas,
cocos,
abacates,
tangerinas,
cabeludinhas,
amoras,
e muito, muito mais.
Assim,
era o meu jardim.
Rodeado de flores.
Rodeado de pássaros.
Rodeado de sonhos.
Rodeado de fantasias.
Com um córrego
passando ao meio.
Uma moenda
com seu néctar a derramar.
Estas são algumas lembranças
que permanecem vivas
do tempo da minha infância,
em que tudo era perfeito
e que por mais voltas
que o mundo desse
ninguém a destruiria
e que por mais voltas
que o mundo dê
ninguém a destruirá.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008

Código do texto: T833471

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O AMOR NOS TEMPOS DA CÓLERA

O amor nos tempos
dos desacertos,
no tempo da frigidez.

O amor nos tempos
da opressão,
do desvario.

O amor nos tempos
do não querer,
do se deixar prá lá.

O amor nos tempos
do fim,
do não querer mais
junto estar.

O amor nos tempos
da cólera,
do desentendimento,
do desamor.

O amor nos tempos
do não existir mais.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2008

Código do texto: T832102

POR UM INSTANTE

Por um instante
senti-me abandonado,
depois que me disseste
que ias embora.
Dois instantes após,
senti-me só.
Mas,
feliz.
Livre.
Sem nenhum peso
a carregar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2008

Código do texto: T832100

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

AO ENXERGAR

Ao enxergar
a escuridão
de minha mente,
deparei-me
com o inesperado:
um céu cheio de estrelas,
de cores várias,
a iluminar
meu corpo
e meus pensamentos.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/01/2008

Código do texto: T830717

OLHAR

A luz
de um olhar
enxerguei
um outro olhar
que me refletiu
o teu
inocente olhar
a fugir
do meu
malicioso olhar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/01/2008

Código do texto: T830714

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

SOLAR















Título: Mulata - Serigrafia de Di Cavalcanti
http://www.ruiarts.com.br/obras/di_serigrafia_mulata.jpg

Menina.
Solar.
Solare.
Do sol.
Morena
matreira.
Perdida
na areia
do mar.
Com a cor
do cravo
e o cheiro
da canela,
me recorda
a Gabriela.
Menina
faceira,
olhe para os meus olhos,
encontre-os
e corra
pros meus braços
pra me amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2008

Código do texto: T829385

AO AMAR...

Ao lamber a cria,
a leoa o acaricia
dando-lhe o afeto
e as sensações necessárias
para o seu amadurecimento.

Ao amar um homem,
uma mulher
o lambe como cria,
torna-se sua dona,
procura afastá-lo
dos perigos que o rodeia,
dando-lhe o afeto
e o amor necessários
para que ele seguro
vá à caça,
conquistar mundos,
poder,
mostrar sua virilidade
amadurecida
e voltar correndo
aos braços da sua leoa.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2008

Código do texto: T829383

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

PEDRAS NO CAMINHO

Pedras no caminho
encontrei-as,
em todas pisei,
passei sobre elas
com a elegância
de um cisne,
delicadamente,
com todo um rito
a respeitar.

Obstáculos na vida
com eles deparei-me.
Tentei esquivar-me.
Mas, vivenciei-os
como um bailarino
a dançar o último ato
da sua apresentação,
respeitando a todos
os Deuses do Teatro,
seguindo a todo um rito,
a todo um mistério
que só a vida compõe.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2008

Código do texto: T827815

RODA MULATA

Roda menina.
Gira pião.
Roda mulata
faceira.
Dona
do meu coração.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2008

Código do texto: T827810

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

NÃO ME MANDE FLORES















Título: Flores
http://www.komandokroketa.org/Pala-Ip/11_56_58_59_62_63_66flores.jpg

Não me mandes flores.
Se pensares,
jogue-as no lixo.
Ou guarde-as
para enganares
a outros
que caiam em tuas ciladas.
Não me mandes flores.
Inimigos são reservados.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008

Código do texto: T826569

CHUVA

Chova chuva,
chova,
chova depressa,
chova forte,
pro Sertão Nordestino
não morrer
sem água,
de sede.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008

Código do texto: T826564

domingo, 20 de janeiro de 2008

QUEM ÉS?

Quem és
para me lançar,
novamente,
um olhar?
Atualmente,
és nada.
És o tudo
que um dia
para mim
muito significou.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008

Código do texto: T824981

SEM VOCÊ

Meias palavras
é o que não vou
te dizer.
Vivo bem
sem tua presença,
sem teu cheiro,
sem teu hálito.
Vivo feliz.
Só.
Totalmente,
sem você.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008

Código do texto: T824980

sábado, 19 de janeiro de 2008

ARCO-ÍRIS













Título: Arco-Íris
http://estaciondesbrujulario.blogia.com/upload/rainbow-light.jpg

Ao entardecer,
após uma tempestade,
na areia da praia,
a buscar
conchinhas
do mar,
encontrei
uma estrela-do-mar,
uma reluzente estrela,
diferente,
que me levou
através de um arco-íris
ao encontro de um amor
de quem havia me perdido no passado.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008

Código do texto: T823574

A TEU LADO

Viver a teu lado
é viver com o passado,
não com o presente,
este é colocado
pra escanteio,
renegado,
sonegado.
Viver a teu lado
é não me viver.
É morrer.
Morrer...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008

Código do texto: T823573

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

LÁGRIMA



















Título: Lágrima
Lágrima.
Sofrimento.
Ódio.
Desunião
Desamor.

Lágrima.
Alegria.
Felicidade.
Esperança.
Muito paz.
Muita amor.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/01/2008
Código do texto: T822099

VIDAS

Vidas amargas,
opostas,
vividas.

Vidas sofridas,
perdidas,
mal amadas.

Vidas não reveladas,
invadidas,
devassadas.

Vidas felizes,
realizadas,
amadas.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/01/2008

Código do texto: T822098

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

REVELAÇÃO




















Título: Homem nu
http://www.angela.amorepaz.nom.br/Quadro_homem_nu_novo.jpg

Ao me revelar para você,
perdi a proteção
que me envolvia.
Fiquei nu.
Retirei minha fantasia.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2008
Código do texto: T820588

VENTOS

Ventos fracos.
Ventos fortes.
Ventanias.
Retirem
de minha mente
o que tirar
não consigo.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2008

Código do texto: T820586

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

VISTA D'OLHOS

Que vista
d’olhos
te dei
morenice
de beira-mar.
Vista d’olhos
profunda,
de águia
a perseguir
a tua presa,
certeira,
fatídica,
nem escapatória
tiveste.
Caíste
na rede jogada.
Agora,
é sentir
se o momento
inflama
e explode.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2008

Código do texto: T819218

FUJAS

Corras.
Corras muito.
Corras léguas.
Fujas de mim.
Do meu cheiro.
Da minha presença.
Da minha vida.
Não me rodeies.
Não me contornes.
Saias.
Sumas do mundo
que aponta pra mim.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2008

Código do texto: T819215

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

TERRA




















Título: Terra
Terra.
Chão.
Mãos.
Homem a ará-la,
a trabalhá-la,
a cultivá-la,
a fazê-la Mãe
ao nela frutos gerar.
Frutos bons,
maduros,
que alimentarão
os filhos desta Mãe.
Desta Terra.
Deste Chão.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/01/2008
Código do texto: T818398

NAS NUVENS

Vou me perder
em teus braços.
Em teu colo
me envolver
e esquecer
o mundo
que me rodeia
para nas nuvens
contigo viver.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/01/2008

Código do texto: T818394

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

ESCREVER












Título: Escrivaninha
Fotografia sem indicação de autoria

Mil faces
compõem o meu escrever.
A cada traço da pena,
uma vida encontrada.
Este é o meu papel de poeta.
Ser várias personas
sem me incomodar
qual delas irá me absorver,
irá me utilizar.
O mundo é pequeno.
O que vive n’alma,
no subconsciente
é profundo,
existe.
Ultrapassa teorizações.
Ultrapassa dimensões.
Escrito está nos pergaminhos,
há milênios.
É só entender.
É vivo.
É eterno.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/01/2008

Código do texto: T816338

SONHOS

Sono.
Sonhos.
Vida etérea.
Vida viva.
Mágicas.
Feitiços.
Tudo
a se realizar.
Um balão
nos leva
pelos céus.
Um barco
nos transporta
pelos mares.
Sonhos.
Sonhados.
Nunca perdidos.
Sempre realizados.
Sonhos.
Sono.
Pena
ter acordado.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/01/2008

Código do texto: T816334

domingo, 13 de janeiro de 2008

ALÉM-MAR

Mar.
Águas profundas.
Grandes barcos.
Viagem.
Longa.
Pássaros.
Há dias não se vê.
Olhos aos céus.
À procura
de pelo menos um,
que nos possa orientar.
E sabermos
se estamos próximos
à terra firme
e com o coração
além-mar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/01/2008

Código do texto: T814954

SUTIS DIFERENÇAS

Sutis diferenças
não me assemelham a ti.
Talvez a voz.
O andar.
O olhar.
Ou o fato
de sempre errar,
como todas as gentes
na tentativa de o erro acertar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/01/2008

Código do texto: T814953

sábado, 12 de janeiro de 2008

LEÃO NO INVERNO













Título: Leão
http://www.bussolaescolar.com.br/animais/leao.jpg

Te amei
com forças tantas
que te gerei
no meu coração.

Numa torre,
longínqua,
abandonaste-me.
Deixaste-me só.
Conheci o sofrer.

Mesmo assim,
continuas nele a viver,
com toda a dor,
com todo o furor,
de um animal que a cria perde,
nele estás,
agasalhado,
do frio e da fome,
protegido sob o meu manto
o de um Leão no Inverno.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 12/01/2008

Código do texto: T813715

AMOR DE VERÃO

Amor de verão,
amor gostoso,
brilhante,
bronzeado.
Amor descomplicado
a buscar a diversão,
os encontros,
os encantos do mar,
os encantos do sol
a iluminar corpos expostos,
na intenção deste amor encontrar.
Amor de verão,
passageiro,
marcante,
eterno.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 12/01/2008

Código do texto: T813713

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

VIDA ENSOLARADA















Título: Sol
Nesta vida ensolarada,
a olhar o mar,
encontrei o viço,
o bronze,
o não lapidado,
à procura de um escultor.
Quiçá,
de um novo amor.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 11/01/2008
Código do texto: T812389

ETERNO AMOR

Eterno.
Assim um dia
foi nosso amor.

Incerto.
Assim passou
por diversas fases
nosso amor.

Com atritos.
Assim viveu
por muito tempo
nosso amor.

Finito.
Custou,
mas , assim terminou
nosso eterno amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 11/01/2008

Código do texto: T812388

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

CAIS

Perdi-me
no cais
a procura de você.

Agora,
vivo nas noites do cais,
amando um ou outro,
tanto faz.

Porém,
decidido está,
não quero a você
mais encontrar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2008

Código do texto: T811052

ASSIM

Simples
como o vento.
Claro
como a lua.
Assim,
sou eu
quando quero
me deixar
entrar na sua.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2008

Código do texto: T811046

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

MULTICOLORIDA















Título: Bolas
http://www.bancoimagenes.com/cd683/cd683f005_a.jpg

Bolas.
Vermelhas.
Azuis.
Amarelas.
Coloridas.
Pra chutar.
Soltas no ar.
Lindas.
Brilhantes.
Verdes.
Grenás.
Bolas.
Muitas bolas.
Voltam-me
à minha infância.
Multicolorida.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2008

Código do texto: T809625

TRISTEZA

Tristeza
em mim bateu
por não tê-la
a me rodear.

Tristeza
em mim bateu
quando você se foi
e esqueceu de voltar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2008

Código do texto: T809623

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

TRÊS ESPINHOS

Três espinhos
me apontam
à tez.
Diáfanos.
Insistentes.
Persistentes.
Ruidosos.
Brilhosos.
Valorosos.
Espinhos de escribas.
Cravos na cruz.
Espinhos poéticos.
Poesias cibernéticas.
Soltas ao vento
como o ar a voar.
Três sinais.
Três encontros.
Três veios herméticos.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 08/01/2008

Código do texto: T808029

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

UM BONECO

A tua espera
não mais estou.
Esvaíste-me
do meu corpo
deixando-me
como, realmente, sou,
um boneco,
um palhaço
em tiras,
à procura
de quem me remende
e volte
a me fazer sorrir
sob a lona
da Loucura.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 08/01/2008

Código do texto: T808026

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

CRIANÇAS













Título: Crianças
http://www.uniredh.com.br/blog/file-757283.jpg

Pipas
soltas no ar.
Bolas
no chão a rolar.
Bonecas
pela calçada
a passear.
Barulho.
Muito barulho.
Férias!
Amarelinha.
Pique-esconde.
Queimado.
Mães atentas.
Cachorro-quente.
Pipoca.
Doces.
Um ritual
que se segue
até o sol se pôr.
Silêncio!
Crianças a dormir.
A sonhar
com um novo sol raiar
para tudo,
novamente,
recomeçar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2008

Código do texto: T806546

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

UM MINUTO

Me pediram
um minuto
de silêncio
para me falarem
a teu favor.

Neguei.

Por ti,
nem mais
um silêncio
ou um falar
de orador.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2008

Código do texto: T806545

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 6 de janeiro de 2008

NUVENS















Título: Nuvens
http://www.inap.com.br/sitercaio/fotos/nuvens.jpg

Nuvens
que diversas
formas têm.
Todos os dias
se recrie
em novas formas,
como se estivesse a pintar
o céu
pra um
precioso bem.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 06/01/2008

Código do texto: T805263

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

PENSAMENTO




















Título: Anjo
http://i31.photobucket.com/albums/c359/luluzinhatrue/anjo.jpg

Pensamentos soltos
que vêm
E que vão.
Pensamentos livres
que rédeas não possuem.
Pensamentos encantados
que brotam
em meu peito.
Enfeitice
este Anjo
que se esconde
dentro de mim.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 06/01/2008

Código do texto: T805260

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 5 de janeiro de 2008

AMOR

Estou a buscar
algo indefinido,
que não sei o que é.
É misterioso.
Profundo.
Místico.
Ultrapassa
a compreensão.
É costumeiro.
Audaz.
Aventureiro.
Fere.
Deixa dor.
Nos faz dizer
o que não se diz.
Nos deixa aflitos,
sem rumo,
de quatro.
É o amor,
a acertar
outro alvo.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2008

Código do texto: T803591

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

EXAUSTÃO

Cansei
de te carregar,
me pesas
as costas.
O fardo
é grande.
Pensei
que ia agüentar.
Mas, não.
É hora
de me libertar.
Quero ser feliz,
sei que é possível.
Nem que tenha de ir para outro lugar,
me mudar.
E, me reinventar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2008

Código do texto: T803588

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CHUVA QUE CAI













Título: Chuva
http://www.christiananswers.net/q-eden/rain.jpg

Chuva que cai forte
como um véu de noiva
que se deslocou das matas
lave-me
retire-me todos os ungüentos
limpe-me por fora
e por dentro
e torne-me de novo
feliz.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 04/01/2008

Código do texto: T802393

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

PROMÍSCUO

Digo que te amo,
que te venero,
que só a ti quero.
Engano-te.
Amo
a outras e outros
em um eterno frenesi.
Só de ti fujo.
Só a ti não quero.
Desvio de comportamento,
de conduta?
Não.
Promíscuo
é o que sou, isto sim.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 04/01/2008

Código do texto: T802392

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

CHAMADO

Vento
que sempre me chama,
que sempre me atrai.
Encontre
meus sentimentos
que por ora
vagam
à esfera da solidão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 03/01/2008

Código do texto: T800971

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

NOVO ENCONTRO

O que te direi?
Que nomes
tem darei?
Não sei.
Só sei,
que depois de anos,
de sumiço
te encontrei.
O que por ti sinto?
Não sei.
Talvez,
amizade?
Amor?
Ou um grande desprezo.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 03/01/2008

Código do texto: T800967

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

RESGATE DO TEMPO













Título: Ampulheta
Quero buscar
o tempo perdido,
o que não volta,
o que já passou.
Como não me é possível,
resgatá-lo-ei
através do olhar,
a observar os resquícios
do passado ao meu redor
e dentro de mim.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 02/01/2008
Código do texto: T799732

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas

SONHO

No sonho
que tive
e que estava
presente
encontrei-a
com um vestido
preto,
saliente,
provocante,
que me levou
às nuvens
só de vê-la.
Acordei,
ainda tonto,
extasiado
e me deparo contigo
como havia sonhado.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 02/01/2008

Código do texto: T799729

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

TEMPO

RecadosAnimados.com

Título: Fogos

É disso
que o tempo
é feito,
de coloridas
explosões
de fogos
de artifício.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/01/2008

Código do texto: T798942

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas

SOMBRAS

Sombras.
Muitas sombras.
Lugar ermo.
Muito ermo.
Numa viela
da vida.
Te perdi
de mim.
Nunca mais
te encontrei.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/01/2008

Código do texto: T798939

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.