segunda-feira, 29 de outubro de 2007

TEMPO: TEMPO
















Fotografia: Ampulheta
http://nuieee.fe.up.pt/~ei00020/screen_shots?D=D


Enquanto o tempo
se debatia,
se rebelava,
adentrava à vida,
lá ia o homem à sua procura:
à procura de um tempo perdido,
vivido,
achado,
não encontrado
ou por viver.
Talvez,
tenha ficado no passado
ou no presente
ou, até, no futuro.
Disto, não podemos saber.
Ele nos escapa entre os dedos das mãos.
Em cada sinal de expressão surgido em nossa face.
A cada nova conquista.
A cada reconquista.
A cada imagem que vemos em nós surgir.
A cada detalhe.
A cada novo entalhe:
que nos traz o refinamento da vida,
do espírito,
da alma.
Tempo:
labirinto dos que sentem,
dos que amam,
dos que vivem intensamente.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/09/2007

Código do texto: T671804

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MULHER














Fotografia: Rosa
Acervo Pessoal

Mulher.
Mulher, quem és?
Alice?
Joana?
Maria?
Ou um outro nome qualquer?
Mas és mulher:
mulher da vida,
mulher da rua,
mulher do lar,
mulher bendita,
mulher de todo lugar.
Só a ti veneramos.
Só de ti necessitamos.
Em ti, a vida pulsa,
vida minha,
vida tua,
vida nossa.
“Bendito sois o fruto do vosso ventre:”
mulher.
Mulher do dia,
mulher da noite,
mulher de todo o dia,
mulher de todo o sempre.
Mulher tua.
Mulher minha.
Mulher nossa.
Simplesmente.
Mulher...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2007
Código do texto: T670951

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BLECAUTE


















Fotografia: Blecaute
http://www.sinpro-rs.org.br/extra/abr99/capa_extra-pauta.htm

Na minha
infinita impaciência
de não querer
te compreender
e no teu
arrogante jeito
de não me escutar
de não me compreender.
Deparei-me com o Inusitado.

Blecaute.

Estou aos pedaços
me recompondo
silenciosamente
peça por peça.
Observado. Vigiado.
Escandalosamente
acalentado por você.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 29/10/2007

Código do texto: T714829

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LINHA CRUZADA

















Fotografia: Sinal Fechado



Estou num sinal semi-fechado.
Para onde seguir?
Os caminhos nem sempre são seguros.
Os obstáculos já são.
O que fazer?
Os sentimentos fervilham.
O coração palpita.
A vida escorre entre o doce amargo da minha boca.
Os olhos imóveis filtram o in-finito.
As mãos pendem à procura de um colo para acariciar.
As pernas tombam.
Perdem o equilíbrio.
Será que este equilíbrio existe?
Ou é só invenção?
Não importa.
Sei que estou atônito.
A procura do outro.
Do outro que sou eu.
Que é você.
A procura do eu.
Do eu escondido dentro de mim.


Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/09/2007

Código do texto: T671805

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AO ESCREVER















Fotografia: Escrevendo
http://www.insidenet.com.br/administracao/imagens

Ao escrever
busco me soltar.
Desprender-me das amarras,
dos pré-conceitos, dos medos.
Despir-me.
Para o pensamento
bater asas e voar.
Voar tão alto, tão longe.
Sair de mim.
Transmutar-me
em outras pessoas,
conhecer outros sentires,
outros “viveres” viver.
Se belo,
as sensações que tive,
no papel ficará,
não me importa.
O que me importa
é que é poesia,
é energia criadora,
é o pulsar inquietante
do de dentro de uma pessoa,
que se machuca,
se lamenta,
se arrebenta,
se dói pra fazê-la brotar.
Quando nasce...
É Rebento.
Fruto Maduro.
A mim,
não mais pertence.
Pertence ao Mundo,
que ficará com o papel
de a ela Julgar, Apreciar,
Odiar ou Amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 29/10/2007

Código do texto: T714444

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