segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

PINGOS















Título: Chuva
http://minhavidaminhaalma.blogs.sapo.pt/arquivo/chuva-thumb.bmp

Pingos fracos
de chuva a caírem,
a molharem
meus cabelos,
meu rosto,
meu corpo.

Pingos fortes
de chuva a se derramarem
sobre mim,
sobre o pensamento
que vivia
naquele momento
em mim:
você

Pingos fortes
de chuva
lavaram meus pensamentos
e levaram você.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 31/12/2007
Código do texto: T797819

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

FUROR

Quando te perdi
no furor
de minha agonia.
Sofri.
Como sofri.
Agora,
quando tu me queres
de volta
perto de ti,
digo-te:
o meu furor
se aquietou,
minha agonia
fumaça virou,
o meu amor secou,
te esqueci.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 31/12/2007

Código do texto: T797818

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 30 de dezembro de 2007

A SETE CHAVES














Titulo: Baú
http://www.petercafesport.com/loja/images/03-02-2006_17.05.46-x4323b.jpg

Através do olfato
encontrei
teu cheiro
perdido
entre os meus pertences,
num baú
com lembranças,
que julgava,
esquecidas
do meu passado,
fechado a sete chaves.
Não titubeei.
Queimei as lembranças.
Mas teu cheiro
impregnou
minh’alma.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 30/12/2007

Código do texto: T796835

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas

LINHAS CURVAS

Pelas
linhas sinuosas
do tempo,
reencontrei você.
Tive medo.
Me assustei.
Fugi.
Sentei-me
a mesa
de um bar.
Numa
só dose de vodca,
o passado findou.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 30/12/2007

Código do texto: T796834

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 29 de dezembro de 2007

PASSAGEM DO TEMPO











Título: Telefone
http://www.bbsoptions.com.br/icones/telefone5.gif

O telefone toca.
É você,
novamente,
a me incomodar.
Terminou.
O tempo passou.
E não quer voltar atrás.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 29/12/2007

Código do texto: T795791

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

BOM CONSELHO

Busque-o.
Traga-o
de volta.
Faça
para ele
o que você nunca fez:
ame-o.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 29/12/2007

Código do texto: T795788

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

VISÃO

A luz
dos teus olhos
nunca
havia me amado
como ontem
me amei
sobre
o teu corpo
e
sobre
a luz da lua.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/12/2007

Código do texto: T794480

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

FINITA

Vejo
o sol cair.
O dia se pôr.
Vejo a alma
finda.
E penso
se está inacabada,
faltando um milímetro,
qualquer,
para se completar.
Não.
Está finita.
Está pronta.
É hora de ir.
Alçar novos anseios.
E a outros mundos conhecer.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 28/12/2007

Código do texto: T794479

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

ESPETÁCULO DA NATUREZA














Título: Beija-flor
Ao andar
pelo jardim
vi
um beija-flor
a beijar
uma bela flor.
Eu não sabia
se parava
ou corria.
Com receio
de estragar
um espetáculo
da natureza.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 27/12/2007
Código do texto: T793308

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SALTO

Solto.
Livre no ar.
Feito
balão a gás
a voar.

Pensamento
voe.
voe,
voe longe.
Vá ao encontro
do amor
que de mim
se perdeu
num desencontro da vida.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 27/12/2007

Código do texto: T793307

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

HOJE











Título: Sol
http://www.lacoctelera.com/myfiles/miquelturo/el_sol_que_ciega_1024x768.jpg

Hoje
renasço
das cinzas,
como a Fênix
ressurgida
da Grécia antiga.

Hoje
o sol
me traz
um brilho a mais,
reluzente,
faiscante,
buscado na chama
do seu esplendor
como uma forma
de me presentear.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/12/2007
Código do texto: T792143

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

AO ME DESNUDAR

















Título: Espelho
http://www.masottipoa.com.br/antigo/imagens/complementos/1751-1pop.jpg

Ao me desnudar
em frente
ao espelho,
deparei-me
com o tempo
a corroer
minha imagem,
deixando-a
mais envelhecida,
maculada.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/12/2007
Código do texto: T792142

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

PELA METADE

Há a vida,
Há o existir.
Há o amor.
Não há você.
Estou pela metade.
Incompleto.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/12/2007

Código do texto: T791193

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

CONQUISTA

Deixar de te amar
foi uma conquista
árdua,
doida,
sofrida,
mas foi.

Que bom acordar
e não te ver
povoando
o meu espaço,
o meu corpo
e o meu lembrar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/12/2007

Código do texto: T791192

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

FELICIDADE

Felicidade senti
quando os vi retornarem.
Entrarem portões a dentro
e eu correndo como criança
para ir abraçá-los.
Que felicidade
é vê-los
na intensidade
que cada um
tem para me amar.
Vitória nossa.
Vitória do amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/12/2007

Código do texto: T790301

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SOL A PINO














Título: Sol
http://aulavirtual.agr.ucv.ve/cursos/cad/agronomia/facilweb030114/ftp/sol2.png

Com o sol
a arder
sobre os meus ombros,
te vi passar.
Primeiro,
pensei que fosse uma miragem.
Depois,
acreditei no que estava a ver, a sentir.
Não titubeei.
E sem pensar
e mensurar
passei a te amar
a partir daquele instante.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/12/2007

Código do texto: T790300

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 23 de dezembro de 2007

VERDES
















Título: Mata Atlântica - Espírito Santo - Brasil
http://www.folhadonorte.com.br/site/fotos/200604241617590.mata.jpg

Verde.
Muitos verdes.
Verdes
de todos os tons.
Olho d’água
a brotar.
Veio d’água
a jorrar.
Homem a destruir.
Homem a desmatar.
Esta beleza está a acabar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/12/2007
Código do texto: T789207

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

MUSA












Título: O Poeta e a Musa
http://www.scultura-italiana.com/Galleria_estero/Rodin%20Auguste/imagepages/image10.html

Não há amor
mais lindo,
com certeza,
não há
do que
o que existe
entre o Poeta
e a Musa,
a Realidade
e a Beleza,
alimentado
pela Fonte da Inspiração,
que brota
na morada dos Deuses,
que do Olimpo
a tudo vigiam.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/12/2007

Código do texto: T789205

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 22 de dezembro de 2007

MÁGOA

Mágoa
é uma chaga
que te dói,
que te machuca,
que te corrói,
lentamente,
diuturnamente,
as vísceras,
o teu ser.
É doença maligna.
É ferida que não fecha.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/12/2007

Código do texto: T788142

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

LEMBRANÇAS

Na encruzilhada
dos meus pensamentos,
encontrei
com minhas longínqüas lembranças,
guardadas.
Uma delas,
foi você,
que passou
como um cometa
por minha vida
e continua a viver,
a pulsar
em mim...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/12/2007

Código do texto: T788140

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

UM SOPRO DE VIDA*

O que em mim vive.
O que me move.
O que me faz pensar,
amar.
Ser gente.
Com delírios.
Com desejos.
Com anseios.
Com o coração
a latejar seu sangue
e a percorrer todo o meu corpo.
Um sopro
não experimentado por outro.
Um sopro único.
Que pulsa,
pulsa,
pulsa
dentro de mim.
Um sopro Divino.
Um sopro que os Deuses
me deram
na hora da minha criação.
Um sopro vital.
Um sopro de vida.
O sopro final.

* Título retirado de um romance de Clarice Lispector, publicado em 1978.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/12/2007

Código do texto: T786844

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

MENINO












Título: Menino e Menina
http://blogamizade.blogs.sapo.pt/arquivo/menino%20e%20menina.jpg

Menino.
Viva.
Brinque.
Corra.
Solte pipa.
Jogue bola.
Sejas menino
o quanto puderes.
A vida cresce
te transformas
numa fração
de segundo.
Sem perguntar a ti
se desejas,
se queres.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/12/2007

Código do texto: T786842

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

HORA MARCADA














Título: Relógio
http://www.tecnosino.com/img/relogio.jpg

Hora de sempre
achar que tudo é possível.
Tudo é igual,
do mesmo modo.
Não muda.

Hora de tomar vergonha
e ver que as pessoas
se transmutam
e não são mais as mesmas.
E a hora mudou
não é mais a mesma.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/12/2007

Código do texto: T786841

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

SERPENTE














Título: Serpente
http://www.integratori-alimentari.net/sfondi%20cellulare/UR%20serpente.jpg

Estou a vigiar
o bote
da serpente.
Ela está a me rodear,
a querer de mim mangar,
a tentar me mordicar.
Só,
que sou mais arisco
e essa serpente
a tocaiarei
e a levarei
pra outros rumos,
bem distantes dos meus.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/12/2007

Código do texto: T785631

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

TEMPO DE CHUVA














Título: Cachoeira
Tempo de chuva.
Não de estio.
Tempo de regar
a terra sedenta
faminta por água
pra sobreviver.

Tempo de chuva.
Tempo dos rios
sentirem o acalanto
que brota dos céus,
para recuperarem
e escassez da água cristalina
e o veio d’água voltar a germinar.

Tempo de chuva.
Tempo de vida.
Tempo fértil.
Tempo do amor.
Tempo do viver.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/12/2007
Código do texto: T785622

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas

DE TI, ME PERDI

Não sei o por quê,
a partir de meio do caminho
me perdi de ti.
Os nós desataram-se.
Tudo tornou-se
ínfimo, pequeno,
sem valor.
Percebi
que não mais te quero.
O que me fazes sentir não é bom.
Dói.
Magoa.
Machuca.
Humilha.
Não há culpas.

Ou há?

Não sei o por quê,
me perdi,
totalmente,
de ti.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/12/2007

Código do texto: T785628

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

OXUM
















Título: Oxum
http://yle.iya.nom.br/yleiya/figuras/imDesIII/images/oxum.jpg

És pura.
Cristalina.
Água da fonte.
És simples.
Deusa.
Inspiração
para um poeta.
Vives
pelas Cachoeiras
a cantar,
a se banhar.
És minha.
És tua.
És Divina.
És Oxum.
És Rainha.
És Mulher.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/12/2007
Código do texto: T783467

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SILÊNCIO













Título: Pantanal
http://pessoal.onda.com.br/charlesb/fotoarte/pant002/pant0017

O céu nublado.
O tempo frio.
Os reflexos da chuva
da noite.
Tudo em silêncio.
Parece
que todos se esconderam.
Nem os pássaros
querem comigo falar.
Todos se aninharam.
Só eu estou
à procura de um ninho
para me aconchegar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/12/2007

Código do texto: T783464

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

VESTÍGIOS













Título: Rosa Amarela
http://semprepoesias.com.br/06arneyde.marcheschi/09b.jpg

Lençóis amassados
Roupas pelo chão
Corpos delicados
Nus
Deitados
Entrelaçados
Fatigados
Vestígios da noite.
Vestígios do amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2007

Código do texto: T782097

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

ANSIEDADE

O telefone não toca.
A campainha
continua muda.
Estou a esperar
para a conversa
que teríamos de ter
há anos.
Não tivemos.
Adiamos.
Adiamos.
Crise sobre crise.
O caminho, sempre,
contornado,
nunca acertado,
discutido,
verbalizado.
A campainha
dá o sinal.
Abro a porta.
É você.
E sem nada dizermos,
entreolhamo-nos,
com olhos marejados d’água.
E sem uma palavra ser dita,
resolvemos
que aquela é a hora
do nosso tudo findar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2007

Código do texto: T782096

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 16 de dezembro de 2007

MOÇA BONITA











Título: Marylin Monroe
O vento
remexe na saia rodada
da Moça Bonita.
Levanta-a.
Todos, admirados, olham
para o belo contorno do seu corpo.
Ela encabula-se.
Quem manda
Moça Bonita
usar saia rodada
em dia de forte vento.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2007
Código do texto: T780396

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

TRANSFORMAÇÃO

Vente,
meu vento,
vente forte
para que tudo mude.
A estação.
O amor.
A vida.
O meu sentimento,
o sentimento do outro.
Abale as minhas estruturas,
sacuda-me,
vire-me de cabeça pra baixo,
para que eu tome coragem
de modificar o estabelecido,
de me transformar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2007

Código do texto: T780393

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 15 de dezembro de 2007

UM VERSO

Quando a pena
busca uma palavra
garimpa-a até achá-la,
e quando
pensa que
com ela se depara
tenta incrustá-la
no texto em construção.

Às vezes,
o poema não aceita
a pedra garimpada.

O que fazer?

Lá vai,
de novo,
o poeta
procurar sua jóia,
sua pedra
e quando a encontra,
que felicidade,
coloca-a com a precisão
de um cirurgião
no seu poema,
na sua criação:
um verso.
Apenas, um
de tantos outros
que se criarão,
com a insistência,
a sabedoria
e a perspicácia do poeta.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2007

Código do texto: T779202

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SONS DO DIA

Com o dia a passar,
percebo
que os sons
se diferem
no seu decorrer.

Amanhecer:
crianças,
escola,
pessoas indo labutar.

Entardeceder:
crianças,
escola,
pipa,
bola,
pessoas a voltarem do trabalho,
dos seus compromissos.

Anoitecer:
conversas,
TV,
namoros,
silêncio.
Uns, ainda,
falam daqui
e outros de lá.

E chega a hora
de um silêncio predominar:
o dos amantes,
o do amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2007

Código do texto: T779192

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

ESTRANGEIRISMOS: FORA!

Estrangeirismos?
Fora!
Quero a brasilidade,
a força da nossa gente,
brotando a cada verso,
sendo retratada.
Quero Gregório de Matos
a enxovalhar os governantes da sua época.
Quero Gonçalves Dias
a lutar
pelos nossos guerreiros
da tribo Tupi.
Quero Aluísio de Azevedo
a mostrar
uma língua dissecada
dos cortiços cariocas.
Quero: Machado de Assis,
e seu nobre linguajar,
ao lado da sua dissimulada Capitu,
Jorge Amado
andando pelos sertões da Bahia,
a apontar o coronelismo
e a malemolência de Gabriela,
Graciliano Ramos
e a cachorrinha Baleia,
na seca nordestina,
em Vidas Secas,
Guimarães Rosa,
e o amor entre os jagunços
Riobaldo e Diadorim,
no interior do país,
e o resgate da linguagem
do homem desse lugar,
no Grande Sertão: Veredas,
Carlos Drumond de Andrade
e sua pedra “no meio do caminho”,
Cecília Meireles
e seu Romanceiro da Inconfidência,
Clarice Lispector
e sua prosa poética,
Rachel de Queiroz
com sua heroína
em seu Memorial de Maria Moura
e Mário de Andrade,
com seu Macunaíma
e o seu resgate da cultura brasileira.
Quero a Língua “Brasileira”
mostrando os heróis da nossa gente,
com todos os nossos trejeitos.
Sendo falada
e escrita por nós.
Vista como deve ser:
com Orgulho.
Só assim
se faz um grande nação:
com seu idioma,
sua cultura
e amor a ela.
Por isso,
falo em alto
e bom tom.
Estrangeirismos?
Fora!!!

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/12/2007

Código do texto: T777684

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

MULATA















Di Cavalcanti

Mulher com jasmim, óleo

http://www.sandraemarcio.com.br/assets/images/arte_19.jpg

Na cor,
no cheiro,
nas curvas,
no remelexo
da mulata
encontro
as palavras
pros meus versos.
Mulata:
fonte inesgotável
de inspiração.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 14/12/2007

Código do texto: T777682

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CACHOEIRA















Título: Cachoeira Amorosa
Conceição de Macabu - RJ - Brasil

Ao caminhar
pelas matas
te encontrei
perdida,
arredia,
inconsolável.
Procuravas
pelo amor perdido
na força de tuas águas,
sob o teu branco véu.
Não tens como retornares
o tempo ao Passado.
É tua sina por esse amor,
que vive
aos teus pés a te clamar,
chorar, chorar, chorar...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/12/2007

Código do texto: T776043

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

PERDIDO

Perdido.
No espaço.
Na terra.
No mar.

Perdido
na alucinação
do teu corpo,
que me clama,
que me arde,
que me arranha,
que não me deixa parar,
um só segundo,
de te amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 13/12/2007
Código do texto: T776041


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

LUNA














Título: Noite de Lua
http://fadalindinha.fateback.com/noite%20lua2.jpg

Misteriosa.
Amante.
Mutante.

Caliente.
Envolvente.
Mordaz.

Sombria.
Soturna.
Fugaz.

Brilhante.
Preciosa.
Uma Pérola.

Deusa
poderosa.
És tu
a mexer
conosco.
Simples Mortais.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 12/12/2007

Código do texto: T774661

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

AO OLHAR TEUS OLHOS

Ao olhar teus olhos,
vejo o tempo depressa a correr.
As marcas são visíveis,
claras.
Te carreguei no colo
e hoje ainda carrego.
És o meu menino,
meu moleque.
Um dia sentirei a tua falta.
Meu pensador.
Meu poeta.
meu Rimbaud.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 12/12/2007

Código do texto: T774657

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A HORA DA ESTRELA *














Título: Estrela do Alinhamento
http://web.prover.com.br/nominato/images/A%20estrela%20do%20Alinhamento.jpg

A hora da estrela.
A hora de Clarice.
A hora de Macabéa
no Olimpo.
do delírio,
do sonho,
da fantasia.
Hora de contar as horas
com conta-gotas.
Hora com emergência.
Com muito luxo.
É hora precisa.
Hora do encanto.
Hora do desencanto.
Hora de dormir.
Hora do encontro.
Hora fatal.
Do início.
Do fim.


* Título retirado do romance de Clarice Lispector, publicado em 1977.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 11/12/2007
Código do texto: T773356

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas

TEZ

Macia.
Brilhante.
Afável.
Traduz
o infindável.
O que é ouro.
O que reluz.
O que é amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 11/12/2007

Código do texto: T773351

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CAMAFEU













Título: Camafeu
http://www.pietranobile.com.br/loja/Imagens/Picexcl.jpg

A luz da manhã
refletida
pelo camafeu
que encontrava-se
sobre o toucador
no quarto de dormir,
resvelou-me
lembranças adormecidas
ao observar
aquela senhora grisalha
que ainda ocupa o quarto
e agora
só vê o mundo
pela janela
e pelas venezianas.
Presencio
que o tempo passou,
mas sinto-o no passado,
numa dimensão
anterior a do presente,
ao da minha infância.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/12/2007

Código do texto: T772424

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

VENTO DO MAR















Título: Praia de Costazul
Rio das Ostras - RJ - Brasil
Fotografia cedida por Eduardo Moura

Sol.
Mar.
Vento do mar.
Vento de partida.
Vento de chegança.
Vento do amor
que foi e regressou.
Vento do desamor
que partiu e não retornou.
Vento do mar.
Vento de lembranças.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/12/2007

Código do texto: T772420

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 9 de dezembro de 2007

A ARTE DA PALAVRA

"A arte, no momento atual, é a única arma capaz de modificar as realidades circundantes. Com sua matéria prima de expressão, a arte da palavra vai além: grita, chora, dissimula, convence, luta, briga, apazigua. Cria imagens. Imita a vida: é a vida."

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 10/10/2007
Código do texto: T688253

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

VIDA?...













Título: Fome
http://www.voltairenet.org/IMG/jpg/fome_zero-copia.jpg

A vida existe,
estou a senti-la
no ar que respiro.
Estou a vê-la
brotar
ao meu lado
nas árvores
e uma gama de cores
e nos rebentos que surgem
aqui, acolá.

A vida parece não existir
quando penso nos homens
que produzem
o que vejo:
a fome,
nos vazios pratos
de quem ainda não conseguiu
ter forças pra falar
e o de comer.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 09/12/2007
Código do texto: T770819

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

OUTONO















Título: Outono
http://www.umacoisaeoutra.com.br/cinema/IMAGES/outono.jpg

Vi pétalas.
Pétalas de flores,
Vi folhas.
Folhas de árvores
de cores várias.
Quedadas ao chão
a formar um tapete
que me fez recordar
um amor menino ,
que deslizou em outros tapetes
tecidos pela natureza.
Para dilacerar meu coração
que solitário ficou,
restou a lembrança
deste outro outono
em que juntos estávamos
a caminhar
sobre as folhas e as pétalas no chão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 09/12/2007

Código do texto: T770822

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 8 de dezembro de 2007

BEIRA-MAR















Título: Praia das Areias Negras
Rio das Ostras - RJ - Brasil
Fotografia cedida por Eduardo Moura

Sento-me
A beira do mar.
Observo
o fluxo
e o refluxo
da água
em contato
com a areia.

Vejo
a imensidão
do mar
e me imagino
antes de 1.500
criando instrumentos
que me levassem
a algum lugar
através dessa imensidão.

Olho as gaivotas
como são belas
admiro-as
ainda mais quando estão a planar.

Começo a escrever
na areia
como fazem
todos os apaixonados
que se sentam
a beira-mar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 08/12/2007

Código do texto: T769512

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SERÁ ISTO VIDA?

Entre um
e outro
existe
a mediocridade,
a ausência,
a falta
de caráter,
de pudor,
de amor,
de limites.
Nasceram assim,
nunca mudaram.
Acredito
que continuarão
assim a viver.

Será isto vida?

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 08/12/2007

Código do texto: T769509

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

AO OUVIR











Título: Raio
http://www.plasma.inpe.br/LAP_Portal/LAP_Sitio/Figuras/Raio.jpg

Ao ouvir
o ressoar dos raios,
lembro-me das vidas
que brotarão
depois de banhadas
pelas águas
vindas com o seu clarão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 07/12/2007

Código do texto: T768162

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

PÉROLAS














Título: Pérola
http://crisflora.blogs.sapo.pt/arquivo/olhar.bmp

No lume
Dos teus olhos
Identifiquei
Duas Pérolas
A serem lapidadas
Por um exímio ourives
Ou por um escroque.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 07/12/2007

Código do texto: T768164

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

ÊXTASE

O soar da tua voz
Me embriaga
Me leva a um Delírio
A uma Loucura
A um Êxtase
A algo diferenciado
Desconhecido
Intocado
Promíscuo
Mas Lindo !!!

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 06/12/2007
Código do texto: T767256

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

VIL METAL















Título: Moeda
http://www.flickr.com/photos/joisamatos/153380506/

Vil.
Vil Metal.
Corróis o mundo.
As mentes.
Os pensamentos.
És letal.
Envenenas.
Ao seu redor,
tudo girará
por milênios
a causar a riqueza de poucos
e a miséria de muitos.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 06/12/2007

Código do texto: T767253

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

TEMPESTADE












Título: Tempestade
As folhas
das árvores
brigavam com furor.
As flores
se desmanchavam
a um só sopro.
Os pássaros
se aninhavam
com rapidez.
Todas as gentes
que podiam
corriam,
se escondiam.
E a Tempestade
caía.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 05/12/2007
Código do texto: T765705

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

AO TE BUSCAR

Ao te buscar
dentro de mim
me encontrei
e te perdi.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 05/12/2007

Código do texto: T765648

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

TECENDO AO VENTO

O pente não penteia
O cabelo esvoaçante
Em desalinho
Que se mira
Que se espelha
Pra quê?
Deixe o cabelo voar
Que o vento tecer-lo-á
Com as mãos do tempo
Que hora a hora
Sem descansar
Está com o tempo a fiar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 04/12/2007

Código do texto: T764232

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

POÍESIS



















Título: Musa
http://www.flickr.com/photos/8676537@N04/1450973747/

O tempo que escorre
Entre os meus dedos
Traça com tinta azul
A vida das Poesias.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 04/12/2007

Código do texto: T764234

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A QUEM?

Se o ontem pertence ao passado,
a Memória,
a quem pertencerá todos os ontens de quem os perdeu?

Ao Cosmo?
Ao Acaso?
Ao Coletivo?

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 03/12/2007

Código do texto: T762658

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

VOCÊ














Título: Espelho - Porto Norte - Portugal
http://www.flickr.com/photos/francisco_oliveira_portugal/1810362946/

O que encontrava em você
não encontro mais.
O sutil.
O charme.
O discreto.
O elegante.

O que hoje encontro
é o mau gosto.
É o “ilúcido”.
O vil.
O vulgar.

Viva,
torne-se, novamente.
gente.
Refine a alma.
Passe a olhar ao lado.
Veja o outro.
O outro,
por mais que você relute,
é seu espelho.
É você.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 03/12/2007
Código do texto: T762653

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 2 de dezembro de 2007

PARA NÃO ME ESQUECER




















Título: Tie-sangue
http://www.flickr.com/photos/margot_ft-curso/1337062814/

Oculto o vermelho do sangue
que jorra de minhas veias
só a mim machuca,
os pensares,
que borbulham
só em mim,
fervilham,
eu engulo,
para não verbalizar
e incomodar a outrem.
Mas tudo existe.
Ou inexiste?
Brota a cada
rebento de segundo.
Ferve. Me alucina.
E eu escrevo para não enlouquecer.
Para não me esquecer.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 02/12/2007
Código do texto: T761501

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

BUSCA













Título: Interrogração
http://www.conselhosp.com.br/forum/viewtopic.php?t=1144

Todos os dias
estou à busca
das pessoas,
dum gesto,
dum jeito,
dum olhar,
de algo
que se decifre.
que me decifre
e acabe
com essa incógnita
que eu
em mim sou.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 02/12/2007
Código do texto: T761496

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 1 de dezembro de 2007

FUGA DE MIM















Título: Fantezie si fuga in stil vechi
http://www.flickr.com/photos/99889279@N00/1069920613/

Fujo de mim.
Do que sinto.
Do que penso.
Tenho medo de mim,
do que sou capaz.
Tenho receios
e barreiras a ultrapassar.
Espero conseguir
antes que alguém
chegue tarde demais.


Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/12/2007
Código do texto: T760339

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

IDÉIAS IGNÓBEIS















Título: Teia de Aranha
http://drikaflor.zip.net/

Estou arraigado
num lamaçal
de idéias ignóbeis.
Vãs.
Sepulcrais.
Delas fujo.
Corro.
Como se me fosse
permitido correr.
Vou para o outro lado da rua.
Fico observando-as.
Só.
Elas me aterrorizam.
São terríveis.
De repente,
ouço um barulho
e caio ao chão.
Uma das muletas derrapa
e despenca junto comigo.
Salvaram-se todos.
As ignóbeis fugiram.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 01/12/2007

Código do texto: T760337

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.