terça-feira, 2 de setembro de 2008

AVE DE ARRIBAÇÃO

Estou a me esconder
como ave de arribação.
Toda vez que fico visível
migro para outras paragens.
Busco o inexplicável,
o obscuro,
o inefável.
Por isso,
estou à deriva.
Náufrago em águas profundas
a boiar sobre um estilete,
a procurar os mistérios da Terra,
a entender os mistérios do Mar.
Mistérios infindáveis
para uma ave como eu,
que não quer pouso certo,
prefere voar ao sabor do Ventos
ou prefere ouvir os sons dos Céus.

Publicado no Recanto das Letras em 02/09/2008
Código do texto: T1158390

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