quinta-feira, 18 de outubro de 2007

INFÂNCIA
















Foto de casario antigo
Conceição de Macabu - RJ - Brasil
Foto cedida por Eduardo Antônio de Moura
Primeiros passos.
Cores multicores.
Braços abertos a proteger.
A te ninar.
Menino a correr, a falar:
mamãe, papai, titia, mãezinha.
Menino. Menina.
Bolas coloridas.
Doces. Bolo. Presentes.
Vozes a embalar.
Vela. Assoprar.
O escuro a clarear.
Braços. Muitos braços.
Poucos abertos a te ninar.
Escola. Estudo. Notas.
Férias.
Vó: Mãezinha.
Chácara. Terreiro. Pomar.
Casa, cheiro de ternura.
Doce no tacho.
Casa grande fartura.
Mistérios a descobrir, a desvendar.
Histórias ouvidas, contadas.
Guardadas.
Os barulhos da noite.
A coruja a vigiar.
O intenso coaxar.
Muitas luzes a pirilampar.
Sono, muito sono. Sonhos.
A Maria Fumaça avisa que vai passar.
O dia. Sol. Luz. Brincadeira.
Um riacho a explorar: locas, peixes, anzol.
O Balanço a balançar.
Menino aflito com esse punhado de conhecer.
Quer mais. Quer mais uns mil punhados.
Quer ficar. Morar ali.
Naquele lugar. Naquele lar.
Com a Mãezinha.
O Jeep e a Bolinha.
Aquele sim era seu lugar.
Nunca o deixaram ficar.
Menino triste vai embora.
Férias!!!
Volta.
Novamente embora vai.
Mais triste.
Um dia já bem grande,
voltou e ficou naquele lugar.
Seu lugar.
Pra sempre.
No passado.
No presente.
No futuro.
No pensar.
É lá, dizem alguns,
que muitos ouvem e vêem o menino a brincar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 12/10/2007
Código do texto: T691057

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