sexta-feira, 26 de outubro de 2007

INÉRCIA

























Fotografia: Equilíbrio
http://bitacoradefarrio.typepad.com/photos/bichos/equilibrio.html

Ponto de desequilíbrio.
Equilíbrio. Tonteante.
Ponto de deserção.
Sentimentos.
Soturnos. Difusos.
Ponto de ebulição.
Desencontros.
Desencantos.
Ponto de estagnação.
Encontros.
Ponto de encontro.
Busca.
De um sentir.
De um novo jeito de amar.
De se amar.
De gozar. Regojizar.
De viver.
Para que o tudo conquistado
Caminhe. Modifique.
Ponto a ponto.
Se instaure.
Saia da Inércia.

Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 15/10/2007
Código do texto: T695602

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PAIXÃO
















Fotografia: Paixão
http://lotus2.blogs.sapo.pt/

Sinto um cheiro
a me envolver,
a me rodear.
Fazendo-me bailar
num torpor
enebriante.
Sem medidas.
Despudorante.
Numa onda
de frio e calor.
Num Sol reluzente.
Quente.
Num Vento forte.
Num Vendaval.
Num Temporal.
Com sabores mil.
Cravo, canela, pimenta.
Não é Delírio.
È Paixão.
Paixão Violenta.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/10/2007

Código do texto: T710435

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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

MACABU: TERRA-VIDA EM MIM



















http://www.estacoesferroviarias.com.br./


Em ti não acordei.
Mas, de ti, todo o meu passado herdei.
Em ti brinquei.
Soltei pipa.
Joguei bola.
Em tuas águas me banhei.
Em teu sol me queimei.
Neste vasto verde,
me encantei,
me encanto
e me encantarei.Tu, tornaste-me árvore frondosa
enraizada no teu solo,
no teu chão.
Chão que percorro descalço,
como um menino,
em busca de uma fruta caída, madura,
em tantos pomares espalhados por ti,
em busca da Maria Fumaça
que chegava
e embora ia,
trazendo e levando notícias:
pessoas que vinham e iam,
sem ou com destino.
E, você, sem nada nos prometer:
só uma nova espera.
E, nós,
com muita fé em Nossa Senhora,
de Conceição, da Conceição,
padroeira da nossa gente.
A Maria Fumaça não mais voltou.
Que pena!
Nos esqueceu.
Mas, o meu chão, ainda percorro.
Em pensamentos.
Em fantasias.
Em ilusões.
Em desilusões.
Em devaneios.
Em recordações
vividas,
sonhadas,
perdidas,
nunca esquecidas.
Sempre lembradas.
Relembradas.
Contigo cresci.
Aprendi.
Tornei-me uma árvore,
ainda mais frondosa.
Mas, por todos os cantos em que ando
só em ti penso.
És minha terra.
Meu lugar.
Meu lar.
E, “quando a indesejada das gentes chegar”*,
É neste céu, de um azul que não há descrição.
É neste chão, que tanto pisei,
que para todo o sempre quero, novamente, pousar.

* Menção a um verso de Manuel Bandeira.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 30/09/2007
Código do texto: T674738

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DESABAFO




















http://oblogdorapaz.blogs.sapo.pt/81635.html

Não sei como primas
pela grosseria.
Pela falta de cortesia.
Pela, sua constante,
Cara Amarrada.
Pela idiossincrasia.
Não consegues me ver feliz.
Tranqüilo. Pacato.
Tens de desestabilizar.
Desaprumar. Arruinar.
Cansar.
O pior
é que mexes
com o meu todo.
Físico.Essencial.
Não podes.
Não quero te permitir.
Prefiro me isolar.
Me calar.
Voltar pro casulo.
Me mumificar.
Do que estar exposto a ti.
E a teu humor desagradável.
Infernal.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/10/2007
Código do texto: T709585

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POETAR
















Fotografia da Obra de Rafael: Escola de Atenas

Poetizar
é magia de parturiente,
nascer de um rebento.
É escolher a palavra,
atentamente,
com a emoção aflorada,
por ela apaixonar-se,
limá-la, encaixá-la.
Se não convir, descarte-a.
Garimpe outra.
Assente-a no lugar delicadamente.
Se amoldar,
agora é lapidar.
Lapidá-la no poema,
no contexto.
Poetar.
Conseguir gemas raras
para o que teces não fenecer.
O poema não se abortar.
A nenhum ouvido pode ferir.
A todos os olhos procurar aglutinar.
Se conseguir suportar
toda esta Ebulição.
Agonia. Dor.
Se na Paciência persistir.
Se as palavras precisas
conseguiu peneirar.
Fique calmo.
A Poesia brotou.
Poeta.

Edilmar Amaral


Publicado no Recanto das Letras em 25/10/2007
Código do texto: T709085

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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

MEDO





















Foto: Solidão


Sinto medo.
Muito medo
de tudo voltar.
Do mundo
que vive em mim parar.
Estou agoniado.
O peito pesado.
O corpo fraco.
A cabeça a zerar.
A entrar em pânico.
Não quero novamente
ao limiar da vida retornar.
Frio.
Muito frio.
Não pode.
Não pode
de novo acontecer.
Tenho de continuar.
Me levantar.
Tenho de andar.
Caminhar.
Ficar solto. Leve.
Independente. Ao teu lado.
Dependente de você

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/10/2007
Código do texto: T708046

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RECORDAÇÕES














Antiga Estrada de Ferro
Conceição de Macabu - RJ - Brasil
Foto de meu acervo particular

Dia frio.
Chuvoso.
Gélido.
Só recordações me trazem.
De um amor
menino.
De um lugar que vive
no mais íntimo de mim.

Cronos não perdoou.
Correu o tempo.

Dia frio.
Chuvoso.
Gélido.
Só recordações me trazem.
De um amor
maduro.
De um vazio
que se esconde
dentro de mim,
bem fundo.

Meu chão.

Não o lugar
de onde escrevo
a sonhar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/10/2007
Código do texto: T707474

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terça-feira, 23 de outubro de 2007

RIO DAS OSTRAS














Rio das Ostras - Rio das Ostras - RJ - Brasil
Foto cedida por Eduardo Antônio de Moura


Divisor de águas.
Divisor de margens.
Fazes a vida brotar.
Viva. Inata.
Pura. Cristalina.
Águas doces.
Onde vejo barcos a bailar.
Pescadores a navegar,
a buscar o ganha-pão,
em ti
ou quando se encontras com o mar.
Águas misteriosas.
Tesouro de segredos.
Segredos impublicáveis.
Segredos incontáveis.
Vivos na memória dos antigos.
Na imaginação de um Povo Nativo.
Forte.Guerreiro.
Que sobreviveu ao Passado.
Sobrevive ao Presente.
Sobreviverá ao Amanhã.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/10/2007
Código do texto: T706428

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ESTIGMA

Vejo marcas
por todos os lados.
No quintal,
na casa,
no quarto,
em você.
Percorro o teu corpo
a procurar pelos sinais,
para averiguar
se a mim pertencem,
se foram deixados por mim.
Engano.

O que pensar?
O que dizer?
O que fazer?
Fingir que não vi?
Gritar, esbravejar, brigar?
Não.

Cena muda.
O melhor
é manter-me calmo, anestesiado,
com os olhos fechados,
a boca calada,
as pernas e as mãos atadas.
Quieto.

E fingir.
Fingir, sim.
Que as marcas
foram feitas por mim.
Pelo furor
de uma intensa noite
do nosso amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/10/2007

Código do texto: T705950

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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

NU




















Fototografia: David de Michelangelo

Estou totalmente só.
Escondido nos meandros da emoção.
Flagelado. Nu.
As roupas, deixei-as cair pelas ruelas.
Amordaçavam.
Aprisionavam.
Tirei-as. Tiraram-nas.
O perfume que me impregnava era doce.
Selvagem. Rascante.
Deixei-o no ar.
Nos lençóis.
Nos beijos. Nos abraços.
Nos corpos perdidos a buscar:
prazer, dor, amor.

Onde estou?
Ao certo, não sei.

Mas, a chuva cai.
Cai Forte.
Brava. Furiosa.
E lava a minha alma.
E lava a minha terra.
E lava todo o meu corpo cansado e despido.
Para, depois,
ele, no chão, repousar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/10/2007
Código do texto: T705180

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INSÔNIA

A noite desce.
Sobre o telhado de todas as casas.
O silêncio chega.
Ouve-se apenas alguns ruídos,
que ressoam com o decorrer do tempo.
Au, au, au, au.
Miau, miau, miau.
Tic-tac-tic-tac-tic-tac.
Sons da quietude da madrugada.
Vira-se de um lado para o outro.
Nada.
Perturbações. Suores. Delírios.
Inquietude. Irritação.
Pensamentos.
Imagens em movimento.
Lembranças.
O vento uiva.
Sono acordado.
Nada.
O dia a clarear.
Galo a cantar.
Homem. Carroça.
Cavalo a trotar.
Sol despertado.
Quente.Abafado.
Levante-se !!!
Hora de um insone acordar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/10/2007

Código do texto: T704460

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domingo, 21 de outubro de 2007

EXPOSIÇÃO PÚBLICA

Devias estar em exposição pública.
Para todos te verem.
Te conhecerem.
Reconhecerem.
Te expurgarem. Me expurgarem.
Verem quem és.
Pérfida. Maculada.
Maltrataste o menino
que andava a te procurar.
Que a ti amava.
Que em ti nada de vil avistava.
Que te inocentava.
Tu te traíste. Tu o traíste.
Quebraste os laços.
Fragilizaste. Magoaste.
Manchaste o amor.
Corrompeste uma irmandade:
de outras vidas.
Viva.
Imortal.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/10/2007

Código do texto: T703953

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sábado, 20 de outubro de 2007

SOLIDÃO

De ti preciso.
Necessidade.
Urgente.
Quero-te companheira
dos meus desatinos,
das minhas fugas,
dos meus ais.

Destino ?
Venhas apoderar-se de mim.
Entranhar-se em meu corpo.
Eu te permito.
A tua ausência
falta me faz.
Tudo turvo.
Sem luz.
Louco,
o mundo está.
Eu estou , para lá, a caminhar.
Não consigo viver em grupos.
Me sufoca.
Eu sufoco.
Só tua presença
permitirá que eu me sinta liberto.
Não só.

Sentir-me-ei acompanhado,
de uma bela dama.
Delicada. Sutil.
Envolvente.
Que baila comigo
nos meus pensamentos,
nos meus sonhos.
Que já reside em mim.
Solidão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/10/2007
Código do texto: T694862

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FRENESI

Sentimentos aguçados.
Corpo eriçado.
Busca Frenética.
Tormentos atordoados.
Olhos eclipsados.
Perdidos no cheio:
na multidão.Vil festa.
Percepção apurada.
Corpo fatigado.
Sem buscas.
Desencontros.
Sem Frenesi.
Tormentos ocultados.
Olhos abertos:
achados dentro do vazio.
Um relógio estático.
Parado.
Vida real.
Simples.
Modesta.
Amordaçada.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/10/2007
Código do texto: T702118

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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

LUA
















Nascer da Lua


Sombra prateante
a iluminar os caminhos.
Crescente.
Dos amantes
que sobre o teu colo tecem juras,
embalam seu amor.
Minguante.
Dos solitários
que por detrás da tua sombra
se escondem
para não serem avistados.
Nova.
Dos mares,
das cachoeiras
que no terreiro do teu clarão
salvam a todos os Orixás.
Cheia.
Dos bêbedos
que no fio da tua sombra
andam a se equilibrar.

Dos poetas,
de quem nunca se esconde.
És a amante.
A rainha.
A musa.
A mulher.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/10/2007
Código do texto: T696147

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LÍNGUA

Ato de ouvir.
De sentir. Apalpar.
De falar.
Ato abstrato.
Concreto na palavra,
na sílaba,
na entonação,
no balbuciar.
Ato culto. Enciclopédico.
Para alguns
que tentam aprisioná-la em Compêndios. Em Museus.
Regrada por minoria.
Falada por poucos.
Ato vivo.
O cerne.
O verbo.
O que nasce todo dia.
Desnuda as culturas.
De um povoado.
Um povo.
Uma comunidade.
Da massa.
De uns Brasis.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/10/2007
Código do texto: T696726

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VERDE

Água.
Do mar.
Terra habitada por Deuses,
nossos deuses,
gregos e africanos.
E mistérios
que povoam a nossa imaginação.
Bandeira.
De nossas verdes matas.
Destruídas.
Maltratadas.
Que, ainda, nos permite abrigar
nossas Culturas,
nossos Folclores,
nossas Lendas,
nossos Segredos,
nossos Pajés,
nossa Fauna e Flora,
nosso Povo,
dentro de ti,
acalentando-os em teu colo materno.
Enquanto o Caipora
anda por aí a espreitar
buscando o momento
de te destruir, de te ceifar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/10/2007
Código do texto: T697851

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REFLEXO













Sobreposição de Imagens
Foto cedida por Eduardo Antônio de Moura


Olho-me,
em todos os espelhos da casa.
Reflito-me.
Espanto-me.
Não é a minha figura a se revelar.
Quem será?
Talvez,algum espectro tenha se apoderado de mim.
Ou, estou dormindo?
Um pesadelo.
Será que colocaram algo no meu drinque no bar?
Sinto-me estranho.
Ou, estou, eu mesmo, a me drograr?
Estou vendo alucinações.
Ou, será que o tempo passou
e não quero me conformar,
com o meu reflexo no espelho,
a me desvelar.

Edilmar Amaral


Publicado no Recanto das Letras em 19/10/2007
Código do texto: T700646

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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

ALUCINAÇÃO

Fantasma.
Vives a me perseguir.
A me consumir.
A vida a me sugar.
A minha terra demarcar
com ferro em brasa,
como se fosse a minha pele a ferrar.
Não tens sentimento?
Claro que não.
És um fantasma.
Uma sombra vil.
Dissimulada. Perdida.
Não a quero nos meus pensamentos a povoar.
Tu me trazes
tristeza, melancolia.
Dor.
Dor física: Saudades.
Saudadesde um tempo.
Perdido. Passado.
Não tão longínqüo.
Dói.Não me deixa.
Não me abandona.
Vive a me assombrar.

Edilmar Amaral


Publicado no Recanto das Letras em 18/10/2007
Código do texto: T699967

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MAR
















Praia de Costazul - Rio das Ostras - RJ - Brasil
Foto cedida por Eduardo Antônio de Moura
Porto de chegada.
Porto de partida.
Porto de procura de terras des-conhecidas.
Infinito.
Lendário.
Incógnito.
Guardas segredos irreveláveis.
Mistérios inimagináveis.
Perguntas intermináveis.
Em ti, repousa estrelas.
Sonhos dos que foram.
Tristezas dos que não voltaram.
E, muitos, ficam à tua beira,
na esperança de ver uma embarcação voltar.
Voltar com o ser amado.
Nos braços de Iemanjá.
Porém, Iemanjá, é caprichosa.
Só leva aqueles a que a ela pertence.
Pertence ao mar.
Ao mar das sereias.
De Netuno.
Dos que nasceram,
para viver na imensidão do azul do mar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 27/09/2007
Código do texto: T670957

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