sábado, 26 de janeiro de 2008

AMAMO-NOS*


















Título: Crianças brincando
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0100b03.htm

Relembro-me
de nós.
Das nossas travessuras.
Das nossas aventuras.
Das nossas descobertas.
Dos garotos que fomos.
A teu lado,
eu fui feliz.
Brincadeiras.
Passeios.
Viagens.
E nós,
vivendo num mundo
que criamos.
Só nosso.
Nele,
você se fazia de chefe.
Eu te perturbava
e te levava
para todas as peraltices,
todas as traquinagens.
Eu te fazia feliz.
Fomos assim crescendo.
Sempre juntos.
Sempre unos.
Por questões geográficas,
estamos separados.
Mas,
sempre a brincar
nos reencontros,
nos e-mails,
nas mensagens instantâneas.
Nós nos fazemos felizes.
Acredito que os meninos
que juntos cresceram
continuam vivos.
Vivos de vida.
Vivos de sentimentos.
Vivos no amor.
Afinal,
AMAMO-NOS.


* Esta poesia é dedicada a meu irmão Ulimar Paes do Amaral

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008
Código do texto: T834168

O NÃO RAIAR DO SOL...
















Título: Dia Nublado
http://www.pnuma.org/publicaciones/atlas2005/images/pag000_DiaNublado.JPG.htm

O não raiar
do sol
deixa a vida
deserta
com um gosto
de nostalgia
e um quê
de solidão.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008

Código do texto: T833470

MINHA INFÂNCIA

Mangas,
pitangas,
cocos,
abacates,
tangerinas,
cabeludinhas,
amoras,
e muito, muito mais.
Assim,
era o meu jardim.
Rodeado de flores.
Rodeado de pássaros.
Rodeado de sonhos.
Rodeado de fantasias.
Com um córrego
passando ao meio.
Uma moenda
com seu néctar a derramar.
Estas são algumas lembranças
que permanecem vivas
do tempo da minha infância,
em que tudo era perfeito
e que por mais voltas
que o mundo desse
ninguém a destruiria
e que por mais voltas
que o mundo dê
ninguém a destruirá.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008

Código do texto: T833471

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O AMOR NOS TEMPOS DA CÓLERA

O amor nos tempos
dos desacertos,
no tempo da frigidez.

O amor nos tempos
da opressão,
do desvario.

O amor nos tempos
do não querer,
do se deixar prá lá.

O amor nos tempos
do fim,
do não querer mais
junto estar.

O amor nos tempos
da cólera,
do desentendimento,
do desamor.

O amor nos tempos
do não existir mais.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2008

Código do texto: T832102

POR UM INSTANTE

Por um instante
senti-me abandonado,
depois que me disseste
que ias embora.
Dois instantes após,
senti-me só.
Mas,
feliz.
Livre.
Sem nenhum peso
a carregar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2008

Código do texto: T832100

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

AO ENXERGAR

Ao enxergar
a escuridão
de minha mente,
deparei-me
com o inesperado:
um céu cheio de estrelas,
de cores várias,
a iluminar
meu corpo
e meus pensamentos.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/01/2008

Código do texto: T830717

OLHAR

A luz
de um olhar
enxerguei
um outro olhar
que me refletiu
o teu
inocente olhar
a fugir
do meu
malicioso olhar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/01/2008

Código do texto: T830714

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

SOLAR















Título: Mulata - Serigrafia de Di Cavalcanti
http://www.ruiarts.com.br/obras/di_serigrafia_mulata.jpg

Menina.
Solar.
Solare.
Do sol.
Morena
matreira.
Perdida
na areia
do mar.
Com a cor
do cravo
e o cheiro
da canela,
me recorda
a Gabriela.
Menina
faceira,
olhe para os meus olhos,
encontre-os
e corra
pros meus braços
pra me amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2008

Código do texto: T829385

AO AMAR...

Ao lamber a cria,
a leoa o acaricia
dando-lhe o afeto
e as sensações necessárias
para o seu amadurecimento.

Ao amar um homem,
uma mulher
o lambe como cria,
torna-se sua dona,
procura afastá-lo
dos perigos que o rodeia,
dando-lhe o afeto
e o amor necessários
para que ele seguro
vá à caça,
conquistar mundos,
poder,
mostrar sua virilidade
amadurecida
e voltar correndo
aos braços da sua leoa.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2008

Código do texto: T829383

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

PEDRAS NO CAMINHO

Pedras no caminho
encontrei-as,
em todas pisei,
passei sobre elas
com a elegância
de um cisne,
delicadamente,
com todo um rito
a respeitar.

Obstáculos na vida
com eles deparei-me.
Tentei esquivar-me.
Mas, vivenciei-os
como um bailarino
a dançar o último ato
da sua apresentação,
respeitando a todos
os Deuses do Teatro,
seguindo a todo um rito,
a todo um mistério
que só a vida compõe.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2008

Código do texto: T827815

RODA MULATA

Roda menina.
Gira pião.
Roda mulata
faceira.
Dona
do meu coração.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2008

Código do texto: T827810

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

NÃO ME MANDE FLORES















Título: Flores
http://www.komandokroketa.org/Pala-Ip/11_56_58_59_62_63_66flores.jpg

Não me mandes flores.
Se pensares,
jogue-as no lixo.
Ou guarde-as
para enganares
a outros
que caiam em tuas ciladas.
Não me mandes flores.
Inimigos são reservados.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008

Código do texto: T826569

CHUVA

Chova chuva,
chova,
chova depressa,
chova forte,
pro Sertão Nordestino
não morrer
sem água,
de sede.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008

Código do texto: T826564

domingo, 20 de janeiro de 2008

QUEM ÉS?

Quem és
para me lançar,
novamente,
um olhar?
Atualmente,
és nada.
És o tudo
que um dia
para mim
muito significou.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008

Código do texto: T824981

SEM VOCÊ

Meias palavras
é o que não vou
te dizer.
Vivo bem
sem tua presença,
sem teu cheiro,
sem teu hálito.
Vivo feliz.
Só.
Totalmente,
sem você.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008

Código do texto: T824980

sábado, 19 de janeiro de 2008

ARCO-ÍRIS













Título: Arco-Íris
http://estaciondesbrujulario.blogia.com/upload/rainbow-light.jpg

Ao entardecer,
após uma tempestade,
na areia da praia,
a buscar
conchinhas
do mar,
encontrei
uma estrela-do-mar,
uma reluzente estrela,
diferente,
que me levou
através de um arco-íris
ao encontro de um amor
de quem havia me perdido no passado.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008

Código do texto: T823574

A TEU LADO

Viver a teu lado
é viver com o passado,
não com o presente,
este é colocado
pra escanteio,
renegado,
sonegado.
Viver a teu lado
é não me viver.
É morrer.
Morrer...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008

Código do texto: T823573

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

LÁGRIMA



















Título: Lágrima
Lágrima.
Sofrimento.
Ódio.
Desunião
Desamor.

Lágrima.
Alegria.
Felicidade.
Esperança.
Muito paz.
Muita amor.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/01/2008
Código do texto: T822099

VIDAS

Vidas amargas,
opostas,
vividas.

Vidas sofridas,
perdidas,
mal amadas.

Vidas não reveladas,
invadidas,
devassadas.

Vidas felizes,
realizadas,
amadas.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/01/2008

Código do texto: T822098

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

REVELAÇÃO




















Título: Homem nu
http://www.angela.amorepaz.nom.br/Quadro_homem_nu_novo.jpg

Ao me revelar para você,
perdi a proteção
que me envolvia.
Fiquei nu.
Retirei minha fantasia.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2008
Código do texto: T820588