segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

FELICIDADE

Felicidade senti
quando os vi retornarem.
Entrarem portões a dentro
e eu correndo como criança
para ir abraçá-los.
Que felicidade
é vê-los
na intensidade
que cada um
tem para me amar.
Vitória nossa.
Vitória do amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/12/2007

Código do texto: T790301

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SOL A PINO














Título: Sol
http://aulavirtual.agr.ucv.ve/cursos/cad/agronomia/facilweb030114/ftp/sol2.png

Com o sol
a arder
sobre os meus ombros,
te vi passar.
Primeiro,
pensei que fosse uma miragem.
Depois,
acreditei no que estava a ver, a sentir.
Não titubeei.
E sem pensar
e mensurar
passei a te amar
a partir daquele instante.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 24/12/2007

Código do texto: T790300

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domingo, 23 de dezembro de 2007

VERDES
















Título: Mata Atlântica - Espírito Santo - Brasil
http://www.folhadonorte.com.br/site/fotos/200604241617590.mata.jpg

Verde.
Muitos verdes.
Verdes
de todos os tons.
Olho d’água
a brotar.
Veio d’água
a jorrar.
Homem a destruir.
Homem a desmatar.
Esta beleza está a acabar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/12/2007
Código do texto: T789207

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MUSA












Título: O Poeta e a Musa
http://www.scultura-italiana.com/Galleria_estero/Rodin%20Auguste/imagepages/image10.html

Não há amor
mais lindo,
com certeza,
não há
do que
o que existe
entre o Poeta
e a Musa,
a Realidade
e a Beleza,
alimentado
pela Fonte da Inspiração,
que brota
na morada dos Deuses,
que do Olimpo
a tudo vigiam.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 23/12/2007

Código do texto: T789205

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sábado, 22 de dezembro de 2007

MÁGOA

Mágoa
é uma chaga
que te dói,
que te machuca,
que te corrói,
lentamente,
diuturnamente,
as vísceras,
o teu ser.
É doença maligna.
É ferida que não fecha.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/12/2007

Código do texto: T788142

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LEMBRANÇAS

Na encruzilhada
dos meus pensamentos,
encontrei
com minhas longínqüas lembranças,
guardadas.
Uma delas,
foi você,
que passou
como um cometa
por minha vida
e continua a viver,
a pulsar
em mim...

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 22/12/2007

Código do texto: T788140

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

UM SOPRO DE VIDA*

O que em mim vive.
O que me move.
O que me faz pensar,
amar.
Ser gente.
Com delírios.
Com desejos.
Com anseios.
Com o coração
a latejar seu sangue
e a percorrer todo o meu corpo.
Um sopro
não experimentado por outro.
Um sopro único.
Que pulsa,
pulsa,
pulsa
dentro de mim.
Um sopro Divino.
Um sopro que os Deuses
me deram
na hora da minha criação.
Um sopro vital.
Um sopro de vida.
O sopro final.

* Título retirado de um romance de Clarice Lispector, publicado em 1978.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/12/2007

Código do texto: T786844

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MENINO












Título: Menino e Menina
http://blogamizade.blogs.sapo.pt/arquivo/menino%20e%20menina.jpg

Menino.
Viva.
Brinque.
Corra.
Solte pipa.
Jogue bola.
Sejas menino
o quanto puderes.
A vida cresce
te transformas
numa fração
de segundo.
Sem perguntar a ti
se desejas,
se queres.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/12/2007

Código do texto: T786842

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HORA MARCADA














Título: Relógio
http://www.tecnosino.com/img/relogio.jpg

Hora de sempre
achar que tudo é possível.
Tudo é igual,
do mesmo modo.
Não muda.

Hora de tomar vergonha
e ver que as pessoas
se transmutam
e não são mais as mesmas.
E a hora mudou
não é mais a mesma.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 21/12/2007

Código do texto: T786841

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

SERPENTE














Título: Serpente
http://www.integratori-alimentari.net/sfondi%20cellulare/UR%20serpente.jpg

Estou a vigiar
o bote
da serpente.
Ela está a me rodear,
a querer de mim mangar,
a tentar me mordicar.
Só,
que sou mais arisco
e essa serpente
a tocaiarei
e a levarei
pra outros rumos,
bem distantes dos meus.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/12/2007

Código do texto: T785631

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TEMPO DE CHUVA














Título: Cachoeira
Tempo de chuva.
Não de estio.
Tempo de regar
a terra sedenta
faminta por água
pra sobreviver.

Tempo de chuva.
Tempo dos rios
sentirem o acalanto
que brota dos céus,
para recuperarem
e escassez da água cristalina
e o veio d’água voltar a germinar.

Tempo de chuva.
Tempo de vida.
Tempo fértil.
Tempo do amor.
Tempo do viver.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/12/2007
Código do texto: T785622

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DE TI, ME PERDI

Não sei o por quê,
a partir de meio do caminho
me perdi de ti.
Os nós desataram-se.
Tudo tornou-se
ínfimo, pequeno,
sem valor.
Percebi
que não mais te quero.
O que me fazes sentir não é bom.
Dói.
Magoa.
Machuca.
Humilha.
Não há culpas.

Ou há?

Não sei o por quê,
me perdi,
totalmente,
de ti.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 20/12/2007

Código do texto: T785628

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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

OXUM
















Título: Oxum
http://yle.iya.nom.br/yleiya/figuras/imDesIII/images/oxum.jpg

És pura.
Cristalina.
Água da fonte.
És simples.
Deusa.
Inspiração
para um poeta.
Vives
pelas Cachoeiras
a cantar,
a se banhar.
És minha.
És tua.
És Divina.
És Oxum.
És Rainha.
És Mulher.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/12/2007
Código do texto: T783467

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SILÊNCIO













Título: Pantanal
http://pessoal.onda.com.br/charlesb/fotoarte/pant002/pant0017

O céu nublado.
O tempo frio.
Os reflexos da chuva
da noite.
Tudo em silêncio.
Parece
que todos se esconderam.
Nem os pássaros
querem comigo falar.
Todos se aninharam.
Só eu estou
à procura de um ninho
para me aconchegar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 18/12/2007

Código do texto: T783464

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

VESTÍGIOS













Título: Rosa Amarela
http://semprepoesias.com.br/06arneyde.marcheschi/09b.jpg

Lençóis amassados
Roupas pelo chão
Corpos delicados
Nus
Deitados
Entrelaçados
Fatigados
Vestígios da noite.
Vestígios do amor.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2007

Código do texto: T782097

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ANSIEDADE

O telefone não toca.
A campainha
continua muda.
Estou a esperar
para a conversa
que teríamos de ter
há anos.
Não tivemos.
Adiamos.
Adiamos.
Crise sobre crise.
O caminho, sempre,
contornado,
nunca acertado,
discutido,
verbalizado.
A campainha
dá o sinal.
Abro a porta.
É você.
E sem nada dizermos,
entreolhamo-nos,
com olhos marejados d’água.
E sem uma palavra ser dita,
resolvemos
que aquela é a hora
do nosso tudo findar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 17/12/2007

Código do texto: T782096

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domingo, 16 de dezembro de 2007

MOÇA BONITA











Título: Marylin Monroe
O vento
remexe na saia rodada
da Moça Bonita.
Levanta-a.
Todos, admirados, olham
para o belo contorno do seu corpo.
Ela encabula-se.
Quem manda
Moça Bonita
usar saia rodada
em dia de forte vento.
Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2007
Código do texto: T780396

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TRANSFORMAÇÃO

Vente,
meu vento,
vente forte
para que tudo mude.
A estação.
O amor.
A vida.
O meu sentimento,
o sentimento do outro.
Abale as minhas estruturas,
sacuda-me,
vire-me de cabeça pra baixo,
para que eu tome coragem
de modificar o estabelecido,
de me transformar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 16/12/2007

Código do texto: T780393

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sábado, 15 de dezembro de 2007

UM VERSO

Quando a pena
busca uma palavra
garimpa-a até achá-la,
e quando
pensa que
com ela se depara
tenta incrustá-la
no texto em construção.

Às vezes,
o poema não aceita
a pedra garimpada.

O que fazer?

Lá vai,
de novo,
o poeta
procurar sua jóia,
sua pedra
e quando a encontra,
que felicidade,
coloca-a com a precisão
de um cirurgião
no seu poema,
na sua criação:
um verso.
Apenas, um
de tantos outros
que se criarão,
com a insistência,
a sabedoria
e a perspicácia do poeta.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2007

Código do texto: T779202

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SONS DO DIA

Com o dia a passar,
percebo
que os sons
se diferem
no seu decorrer.

Amanhecer:
crianças,
escola,
pessoas indo labutar.

Entardeceder:
crianças,
escola,
pipa,
bola,
pessoas a voltarem do trabalho,
dos seus compromissos.

Anoitecer:
conversas,
TV,
namoros,
silêncio.
Uns, ainda,
falam daqui
e outros de lá.

E chega a hora
de um silêncio predominar:
o dos amantes,
o do amar.

Edilmar Amaral

Publicado no Recanto das Letras em 15/12/2007

Código do texto: T779192

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