"É lugar onde o escritor de prosa ou verso e os admiradores destas formas de expressão, de arte se encontram."
sábado, 8 de novembro de 2008
REFLEXÕES
vi o esplendor dos seus raios
a rodear a manhã que com ele se levantava.
Ouvi os sons
que com ele acorda
ao observar o vulto do seu clarão.
Estasiei-me
ao sentir ao meu redor
toda a Natureza a conspirar
para que especial esse dia fosse.
Os pássaros se comunicavam
a entoar belas canções.
A brisa em meu rosto soprava
sua suavidade primaveril.
O Mar com águas tranqüilas
espelhava-me e refletia a Luz Solar.
O dia ganhava horas e se movia.
Aos poucos,
o movimento crescia,
fazia o dia ebulir,
ganhar mais horas.
Amadurecer.
Os seus sons
a se modificarem.
No céu,
diamantes a brilharem.
Hora do dia adormecer.
Dar lugar à Noite
com seus sons
e seres específicos
para que amanhã repita o ritual
de acordar a vida, o belo, a existência.
Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2008
Código do texto: T1272379
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A ESCOLHA
À procura daquele que me fizesse te esquecer
Caminhos tortuosos
Foram os que encontrei
Cheios de bifurcações
Cruzamentos
Sem saída
Sem volta
Neles a tudo conheci
Em todos esbarrei
A tudo dei trela
Vivi
À margem
Andei na contramão da vida
Naquele momento
Minha vontade não existia
Estava inerte
Apagada
E eu brilhava
Sem o Sol na cabeça
Só nuvens carregadas
A me rodearem
Só depois consegui fazer uma escolha
Escolha difícil que quase me levou
Me deixou na escuridão
Mas dentro desta escuridão
Vi uma Luz
Só a mim chamava
Só a mim desejava
Uma Luz que me iluminava
O corpo e a mente doentes
Uma Luz que me trouxe de volta
De volta à Vida
Ao mundo
Aos teus braços
A Você.
Publicado no Recanto das Letras em 06/11/2008
Código do texto: T1268839
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
A VISITA
Parecia que o mundo estava estagnado.
Eu, de um lado.
Eles, do outro.
Sem se tocarem.
Imóveis.
Só os sentimentos,
só os pensamentos,
corroíam a nossa existência.
Existência maculada
por sensações
que não deveriam ser reveladas.
Maculada por um dos lados.
O lado que já se desconhecia,
que se perdia nas irrelevâncias do existir.
O mundo não parou.
Continuou a girar.
E num desses giros,
um lado sentiu dor, solidão.
Sentiu-se só por dentro e por fora.
A reviravolta.
E o mundo a girar...
O lado que estava agonizante,
aos poucos, começou a se levantar.
A ver um belo Sol voltar a brilhar.
Tomada de consciência.
Há tempos não acontecia.
E, agora, voltou a acontecer.
Houve o perdão.
Houve o amor.
Houve o filho pródigo de volta ao lar.
Houve a vitória plena da sabedoria.
Pai e Mãe e filhos se reencontram no achego,
no aconchego do colo de um Amor
que ultrapassa fronteiras
e nunca deixará de existir.
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258754
LUZ
Flores.
Bolo.
Música.
Som.
Cores.
Mãe.
Pai.
Sonho. Ilusão.
Vovós.
Vovôs.
Mãezinha.
Mãezona.
Tias.
Tios.
Dinho.
Primos.
Amigos.
Todas as gerações.
Todos os encontros.
Todas as vidas
unidas numa só direção.
Direção a Deus.
Direção a mulher,
ao homem,
na sua procriação,
no nascimento
do seu rebento,
do seu fruto maduro,
de sua energia,
de sua perpetuação:
uma menina,
uma criança,
uma Luz que a todos irradia:
Sophia!
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258667
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
TATUAGEM
Prenda-me o ar.
Mas,
deixe-me viver.
Viver o presente,
o passado,
o futuro,
a um só tempo,
para que não se esvaia.
Deixe-me livre
sem as correntes,
sem as amarras,
que eu fico preso,
como tatuagem,
ao teu corpo,
ao teu peito,
ao teu coração.
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2008
Código do texto: T1205550
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
PRIMAVERA
o vento a balançar
os galhos da árvore
com folhas primaveris,
deparei-me com o Tempo:
pueril, implacável, amedrontador,
que a tudo modifica,
que a tudo transforma,
que a tudo esmaece,
que a tudo renova,
que a tudo refaz,
que a tudo renasce.
Tempo, Tempo:
meu templo
de adoração a Deus
e da Vida que brota
em cada instante,
do Nascente ao Poente,
do Ocidente ao Oriente.
Tempo dos Homens.
Tempo dos Céus.
Tempo dos Sonhos.
Tempo de Paz.
Publicado no Recanto das Letras em 24/09/2008
Código do texto: T1194886
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
PORTO DE PÉROLAS
Gradativamente,
movimenta-se.
Pescadores atracam
a trazer raridades.
Raridades trazidas
do fundo do mar,
com a permissão dos Deuses
e de Iemanjá.
Raridades sublimes,
supremas,
delicadas.
Raridades preciosas:
gente, música,
sons, palavras...
Raridades reluzentes,
brilhantes.
Á procura de um porto:
um porto pra se achegar,
um porto de luz,
um Porto de Pérolas
à beira do mar...
Publicado no Recanto das Letras em 15/09/2008
Código do texto: T1178772
terça-feira, 9 de setembro de 2008
RESPOSTA
virá com o vento
no redemoinho do tempo
na virada
da página da vida
que espreita minhas emoções.
Minha resposta
será simples,
pura
como água cristalina,
será de inspiração Divina,
soprará ao teu ouvido
como melodia de pássaro.
E tu a entenderás
como um afago,
um sorriso,
um carinho.
Mas,
ela é mais:
é um segredo,
é uma pérola,
é um achado.
Nosso.
Só nosso.
Que nem os homens.
que nem o tempo o desfaz.
Publicado no Recanto das Letras em 09/09/2008
Código do texto: T1168873
sábado, 6 de setembro de 2008
AMOR II
ainda,
insiste,
persiste,
resiste,
faz o coração dilacerar.
É como comer
vidro moído,
as vísceras tem dificuldade de expurgá-lo.
A dor
do amor
é dor
insone,
insana.
Leva-te a mundos
sem experiência humana.
Leva-te às trevas.
Leva-te a vidas
desfeitas em pó.
Leva-te à Fênix
renascida das cinzas.
Leva-te a Deus.
À Vida.
À Loucura humana.
Publicado no Recanto das Letras em 06/09/2008
Código do texto: T1164239
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
NOVO RUMO
Sentimentos verticais.
Homem a debruçar
sob a luz do Luar.
Estrelas infindas a brilhar
na retina do seu olhar.
Nuvens esparsas.
Coração vadio
preso a um Passado
infinito, vulgar.
Homem a soluçar
debruçado a janela
do casarão milenar.
A soluçar por si,
pelos outros,
pelo passado,
pelo futuro,
que estão a vir,
a galope irão chegar,
desnortearão todos os rumos
para que novas trilhas
comecem a se traçar.
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2008
Código do texto: T1162621
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
VIVER
Rebento maduro.
Nascer.
Brotar uma flor.
Eclodir o amor.
Numa profusãode sons,
de cores,
de seres,
de idéias,
de pensamentos.
Viver.
Rebento oportuno,
que espanta a tristeza,
que engana a dor.
Viver.
Morrer.
Renascer.
Ciclo divino,
como as estações do ano,
como a Esperança e o Amor.
Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2008
Código do texto: T1160065
terça-feira, 2 de setembro de 2008
AVE DE ARRIBAÇÃO
como ave de arribação.
Toda vez que fico visível
migro para outras paragens.
Busco o inexplicável,
o obscuro,
o inefável.
Por isso,
estou à deriva.
Náufrago em águas profundas
a boiar sobre um estilete,
a procurar os mistérios da Terra,
a entender os mistérios do Mar.
Mistérios infindáveis
para uma ave como eu,
que não quer pouso certo,
prefere voar ao sabor do Ventos
ou prefere ouvir os sons dos Céus.
Publicado no Recanto das Letras em 02/09/2008
Código do texto: T1158390
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
ILUSÃO
foi não vislumbrar o plausível
que dançava diante de meus olhos.
Ilusão foi não acreditar na intuição,
foi não enxergar com a razão
que as pupilas dilatavam com a luz.
Ilusão foi o não sofrimento,
foi dar-lhe crédito a todo momento
e pensar que nenhum estrago faria.
Ilusão foi iludir-me com estes anseios
foi sentir-me no calabouço da traição
e ver que para o seu desamor não tem perdão.
Publicado no Recanto das Letras em 01/09/2008
Código do texto: T1156148
domingo, 31 de agosto de 2008
SONHOS DO CORAÇÃO
Vento frio.
Flores a sorrir.
Nuvens a chorar.
Homem taciturno.
Cachorros em busca de um ninho.
Mulher a cantar modinhas muito antigas,
feitas de magia,
feitas de emoção,
feitas de lembranças,
lembranças de uma criança
que vivia a sorrir
numa casa cheia de histórias e sonhos.
Sonhos vivos, reais.
Sonhos imortais
que perduram,
que pulsam
e vivem enraizados
no mais oculto de um ser.
Sonhos e lembranças
que foram feitos
com todo amor
dentro do coração.
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/2008
Código do texto: T1154572
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
VIAGEM NO TEMPO*
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
MARCAS II
que persistem a incomodar.
Marcas presas ao passado
que no presente estão a ressoar.
Marcas fundidas
com outras.
Marcas profundas
que perturbam,
incomodam,
vivem em solo fértil,
presas dentro de mim.
Publicado no Recanto das Letras em 28/08/2008
Código do texto: T1149869
terça-feira, 26 de agosto de 2008
DUAS PÉROLAS
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
PÁGINA EM BRANCO
sou uma página em branco a ser escrita.
Escrita por mim,
por todos que me rodeiam,
pelas felicidades
e agruras
que terei de percorrer
com esse tempo a passar.
Evidente,
que já possuo várias páginas escritas,
sacramentadas,
que não podem
e não devem ser apagadas.
Mas,
o todo é uma página em branco,
a procura de uma palavra,
um sentimento,
um afago,
uma pena para nela escrever,
para nela marcar
a existência de um ser.
Publicado no Recanto das Letras em 25/08/2008
Código do texto: T1144783
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
DIA SIMPLES
sobre a minha cabeça
a esquentar-me os pensamentos.
Pensamentos difusos, vagos,
sem um objetivo pré-determinado.
Assim,
amanheci o dia de hoje.
Dia simples
com cheiro de primavera.
Dia para ficar à beira-mar,
a escutar a sabedoria do Mar.
Dia para sentir o Vento soprando no rosto,
desanuviando a ressaca do dia anterior.
Dia para seguir em frente,
não olhar pra trás.
Dia de renovação.
Dia de viver intensamente,
sem nenhuma culpa,
sem nenhuma dor.
Publicado no Recanto das Letras em 22/08/2008
Código do texto: T1140330
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
VISÃO EM PRETO E BRANCO
http://www.brazilpostcards.com/
Estou a enxergar o mundo
em preto e branco,
como as fotos que ainda guardo comigo
no meio das minhas recordações.
Por que não em cores?
Talvez, me indagues.
Porque estou me revisitando,
me revendo,
me reconhecendo,
me reencontrando
no meio de tantas lembranças
que julgava esquecidas
ou jogadas fora na última arrumação.
Talvez,
depois,
eu enxergue colorido.
Mas, num colorido à moda antiga,
como o dos postais em preto e branco
pintados com as emoções do artista.
Publicado no Recanto das Letras em 21/08/2008
Código do texto: T1138649
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
SOPHIA
Vingada.
Fruto futuro.
Tornar-se-á fruto maduro.
Encherá com seu sorriso travesso
de alegria a vida de todos
que já estão a rodeá-la.
Sophia,
menina sonhada e desejada,
embalada nos colos
que já a conheciam e desejavam.
Sophia,
nossa menina,
seja bem-vinda
ao novo mundo
que em breve se abrirá para ti.
Publicado no Recanto das Letras em 20/08/2008
Código do texto: T1136919
domingo, 17 de agosto de 2008
PALAVRA
como há tempos não doía.
Uma palavra bem
ou mal dita
fez rebentar o meu peito,
deixá-lo ferido
a sangrar sem estancar.
Palavra dita,
num momento,
que não deveria ser pronunciada.
Deveria permanecer calada.
Verdadeira?
Equivocada?
Ainda não a defeni.
Só sei que me machucou
e me deixou a doer,
no meu mais íntimo,
no oculto do meu ser.
Publicado no Recanto das Letras em 17/08/2008
Código do texto: T1132737
sábado, 16 de agosto de 2008
RELUZIR
a embalar-me
como embala a música
que ouço adentrar-me o espírito.
Vejo o Sol a brilhar
com intensidade febril.
É inverno.
O azul com que esse Céu me presenteia,
diluindo-se por todo o meu ser é Divino.
Vem de Deus.
Esse Dia
é a certeza de uma Noite estrelada e enluarada.
Esse Dia
é a certeza de uma Vida bela, plena.
Uma vida cheia de certezas,
amor e esplendor.
Publicado no Recanto das Letras em 16/08/2008
Código do texto: T1130768
quinta-feira, 17 de julho de 2008
DIAS DESSES...
visitei um mundo,
que até então,
julgava desconhecido.
Nele,
encontrei pessoas e imagens
que começavam a se apagar dos meus pensamentos,
que começavam a ficar esmaecidas como fotos antigas
fotografadas no íntimo do meu ser.
Dia desses,
ouvi uma voz...
várias vozes...
que comigo falavam,
que a mim várias coisas diziam:
recordações do mundo em que vivia,
de um lugar,
que apesar de longínqüo,
palpita e pulsa com força,
ao meu redor,
e, sempre,
dentro de mim.
Publicado no Recanto das Letras em 17/07/2008
Código do texto: T1084424
quarta-feira, 16 de julho de 2008
ÉS-ME
És-me muito.
És-me tudo.
És-me inteiro.
No meu corpo te encontras
neste labirinto onde irás te perder.
No meu peito te alojas
neste vermelho pulsar.
Nos meus sonhos te insinuas
como uma chama a dançar na escuridão.
És-me a vida.
És-me a luz.
És-me um grande amor.
Uma paixão.
Publicado no Recanto das Letras em 16/07/2008
Código do texto: T1083096
quinta-feira, 10 de julho de 2008
ONTEM
pensei que o mundo fosse desabar,
senti o meu mundo estremecer,
meu corpo desfalecer.
Pensei que fosse te perder.
Não conseguiria continuar a caminhar
sem a teu lado estar.
Não conseguiria respirar
sem ter você para comigo o ar dividir,
a vida partilhar,
as emoções intensas que temos para parir.
Publicado no Recanto das Letras em 10/07/2008
Código do texto: T1073568
quarta-feira, 9 de julho de 2008
VOCÊ
sem te perder
sem me perder.
Só a ti venero.
Só em ti confio.
Só contigo quero viver,
envelhecer.
És a luz de minha vida.
És a alegria que sinto
eclodir pelo meu ser.
És tudo de belo e bonito
que a minha vida conheceu.
Por isso estou contigo
e contigo continuarei
até o dia que a nossa chama não mais brilhar.
Publicado no Recanto das Letras em 09/07/2008
Código do texto: T1071929
segunda-feira, 7 de julho de 2008
QUEM ME DERA
e nele me perder
e não conseguir me encontrar.
Quem me dera me despir de tudo
e de todos
para que em mim possa me encontrar.
Quem me dera pudesse voar
para lugares infinitos
e neles pudesse te reencontrar.
Quem me dera tudo fosse perfeito,belo,
do jeito que sonho, imagino,
mesmo que sem graça fosse,
para que eu tivesse um parâmetro
para me medir, te medir,
medir a todos
e não vivesse a me perder,
a perder a ti,
a me perder nos outros.
Quem me dera.
Publicado no Recanto das Letras em 07/07/2008
Código do texto: T1068669
domingo, 6 de julho de 2008
PENSAMENTOS
vis,
emocionantes.
Pensamentos
sem a preocupação com o real,
com o palpável.
Pensamentos que me rodeiam
e me rodeiarão
no ontem, no hoje e no amanhã.
Pensamentos de sonhos,
de vida,
de libertação.
Pensamentos vivos
que me percorrem
deixando-me livre
de tudo, de todos.
Pensamentos meus
que jamais se libertarão.
Estão a viver dentro de mim
no fundo do meu ser,
dentro do meu coração.
Publicado no Recanto das Letras em 06/07/2008
Código do texto: T1067705
FUGA
Fugi sim.
Viajei por pensamentos.
Por terras não conhecidas.
E não reconhecidas.
Perdi-me no labirinto
de minhas emoções.
Vivi a dúvida
para encontrar respostas concretas.
Não as encontrei.
Escondi-me do mundo
a procura de mim.
Por pouco não me deletei.
Só sei que voltei
o início de tudo,
ao princípio,
ao redemoinho
que sopra dentro de mim.
Publicado no Recanto das Letras em 04/07/2008
Código do texto: T1064710
sábado, 1 de março de 2008
MARCAS
Título: Pegadas
http://pensoeudeque.weblog.com.pt/pessoais/pegadas.jpg
Marcas.
O que são marcas?
São rastros,
são pegadas
deixadas,
por alguém,
como prova
de um ato
lícito ou ilícito?
O que é lícito?
É você,
que tem o poder nas mãos?
O que é o poder?
É matar,
dissimuladamente,
um homem lícito ou ilícito
que contribuiu
pro seu país?
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2008
Código do texto: T881997
BELEZA I
Título: Afrodite
http://www.vadiando.com/archives/afrodite.jpg
Belo.
Bela.
Não importa.
O que importa
é a beleza
a passear
pela areia
da praia,
a mostrar
as suas diversas
morenices.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2008
Código do texto: T881998
PERGUNTAS
Título: Question
http://ummundomagico.blogs.sapo.pt/arquivo/question.jpg
Pergunta ao Nada
que não quer
me responder:
Por que eu ?
E o Nada
fica de um lado
e eu de outro,
sem nos reconhecermos.
Por que eu ?
Poderia ser Outro
que desse respostas,
mais perspectivas,
mais falta de pudores.
Por que eu ?
E não os outros?
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2008
Código do texto: T881995
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
À MARGEM DE MIM
do abismo
que eu mesmo criei.
Preciso arriscar
se não
vou morrer
sentado
à beira da estrada,
à beira da vida,
à margem de tudo,
à margem de mim.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2008
Código do texto: T879624
MENTIRAS
mentiras,
nunca mais
quero delas viver.
Quero outra vida conhecer
e viver em paz.
Paz nos sentimentos,
no que digo,
no que vivencio.
Paz em mim.
Somente paz.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2008
Código do texto: T879618
OSSO DURO DE ROER
duro
de roer,
de qualquer
maneira.
Mas,
quando
pega-se
o tutano,
o de dentro,
o gostoso,
é dos Deuses.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 28/02/2008
Código do texto: T879615
domingo, 24 de fevereiro de 2008
SONHOS I
Sonhos devassos.
Sonhos de amplitude.
De amplidão.
Sonhos.
Sonhos repentinos.
Diuturnos.
Sonhos do nada.
Do tudo.
Sonho
com sonhos
impossíveis
de aqui se realizarem
nesta esfera,
não em outra,
em que o mundo
possua uma outra dimensão.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873769
OLHOS CRISTALINOS
cristalinos,
sem mácula,
inocentes.
Olhos
cristalinos
por mãos sujas,
maculadas,
perderam
a luz
da chama
e da inocência.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873767
PERNAS
torneadas.
Pernas perfeitas.
Pernas da mulher,
da mestiça,
da mulata brasileira.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 24/02/2008
Código do texto: T873765
sábado, 23 de fevereiro de 2008
DESPEDIDA
a cada instante,
a cada hora,
a cada dia.
E tu,
quem vive ao meu lado,
não percebes,
não prestas atenção
às mínimas pistas
que te as dou.
Preferes ficar na superfície
e não ires a fundo
no que imaginas que vês.
O fim é próximo,
caminha a passos largos
e como todo poeta
cumprirei este destino.
Nesta hora suprema,
dar-te-ei um beijo,
um beijo de despedida,
um beijo sobre uma lápide,
um beijo gelado
e todo o meu legado.
Estou a fenecer
a cada instante,
a cada hora,
a cada dia.
E tu,
quem vive ao meu lado,
não percebes,
não prestas atenção
às mínimas pistas
que te as dou.
Preferes ficar na superfície
e não ires a fundo
no que imaginas que vês.
O fim é próximo,
caminha a passos largos
e como todo poeta
cumprirei este destino.
Nesta hora suprema,
dar-te-ei um beijo,
um beijo de despedida,
um beijo sobre uma lápide,
um beijo gelado
e todo o meu legado.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2008
ÚNICA FANTASIA
que não me realizaste
foi a de ter ver nu
a andar pela tua terra natal.
Repressão?
Medo?
Ou falta de coragem?
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2008
MESMICE
das coisas
me incomoda,
me tira do sério.
A mesmice
da vida,
do viver.
A mesmice
do olhar.
A mesmice
do meu ritmo
que não procuro modificar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 23/02/2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
XANGÔ
http://www.marciomelo.com/2004/Xango.jpg
Xangô guerreiro,
meu protetor,
me ajude
nesta batalha.
Iluminai
minha mente,
meu coração,
para que eu
saia vencedor.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2008
Código do texto: T867713
O TEMPO DESACELEROU
tempo
corrido
que corre,
passei por ti
e te cumprimentei.
O tempo desacelerou.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
MOÇOILA
Título: Rosa Negra
http://www.vampirakitana.blogger.com.br/rosa%20negra.jpg
Moça bonita.
Moça negra.
Moçoila.
Deixas-me em êxtase
quando passas,
pela calçada
de minha rua.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2008
Código do texto: T865758
CABELOS CASTANHOS
castanhos,
quando deitavam
sobre o meu colo,
só me traziam felicidade.
Agora,
é passado.
É só lembrança.
Pura e Bela.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2008
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
O VENTO
me é
um elemento
de fé.
Toda vez
que dele preciso
ele vem chegando
de mansinho,
como agora,
e me acaricia
o corpo
e os sentidos
e me deixa
mais leve
a alma.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 18/02/2008
SONHEI ...
que o perdão
me fora concedido
e que de agora
em diante
pudesse
te amar
e andar contigo
lado a lado,
como outrora.
Engano.
Foi só um sonho ...
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 18/02/2008
Código do texto: T864402
domingo, 17 de fevereiro de 2008
TULIPAS
Título: Tulipas
http://www.ibpinet.com.br/ibpicard/images/fundo/Tulipas.jpg
Tulipas
amarelas,
fortes,
singelas.
Belas.
Vejo-as
num jardim
feito só para elas.
Tulipas
amarelas.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 17/02/2008
MALVADA
é o que tu és.
Sem tirar,
nem pôr.
És o que de pior
alguém na terra
já gerou.
Malvada
tudo na vida
tem retorno,
estou a ele esperar.
Quero ver-te quedar
aos pés de Oxalá.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 17/02/2008
sábado, 16 de fevereiro de 2008
SOL
Título: Sol Mixteco
http://www.redgfu.net/jmn/images/sol_mixteco.jpg
A forte luz
que me clareia os olhos,
só pode ser gerada
pelo Sol,
astro que tem a função
de nos colocar pra cima,
nos energizar,
em nossa longa escalada
rumo ao infinito,
aos céus.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 16/02/2008
PIEGAS
é do que te chamo.
Sentimental.
Não consegues viver
sem esta muleta
a atrapalhar
o nosso relacionamento
capenga, instável,
a um passo de terminar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 16/02/2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
SETE SINOS DA FELICIDADE
Título: Sete sinos da felicidade
http://www.jfservice.com.br/vidasaudavel/arquivo/bonsfluidos/2007/11/28-sino/
Ouça
o vibrar
dos sete sinos
da felicidade.
O Vento
convida-o
a nele
embarcar.
A abrir
tua casa,
a deixá-lo entrar,
para energizá-la
e enxê-la
dos fluídos
que ele o ofertará.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2008
MIGALHAS
jogue-as aos pássaros.
Ou melhor,
não as dê.
Nem para eles
algum proveito terão.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 15/02/2008
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
INSPIRAÇÃO
Título: Musas Gregas
http://www.ocisco.net/teatro/imagens/paulavaleria/musasgregas.jpg
A pena da caneta
várias vezes
engasga-se
com as palavras
não as deixando fluir.
O poeta
atônito fica
a pensar
que sua Inspiração
fugiu
para a morada das Musas,
deixando-o vazio,
sem versos a parir,
sem versos a brotar.
Mas,
se poeta, realmente for,
ela não o abandona,
só descansa,
revitaliza-o
para voltar
pleno de idéias
com vontade
de novos versos fazer,
de novos versos
com a tinta da pena pintar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008
PERSONAGEM
Título: Luzes no Palco
http://blogluso-carioca.blogspot.com/2007/03/27-de-maro-dia-mundial-do-teatro.html
No palco,
o ator
cria a personagem
e vive-a
mas ele não a é.
No palco
da vida,
visto a minha personagem
que se escrevendo vai
no decorrer da vida
e eu a sou.
No palco,
o ator representa
e ao final
do espetáculo
recebe
merecidos aplausos.
No palco
da vida,
o espetáculo
não tem fim,
vou representando-o
até que a cortina se feche
sem aplauso.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008
RECAÍDA
vi e senti,
novamente,
o que não queria.
Por ti,
percebi
o quão fraco sou,
cai na sarjeta.
Mas,
continuarei lutando,
até que consiga me libertar,
totalmente,
de ti.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
CHUVAS DE VERÃO
http://7art-screensavers.com/wetflowers.shtml
Chuva forte.
Temporal.
Final de tarde.
Chuvas de verão.
Molham a terra.
Refrescam.
Resplandecem
todos os seres viventes.
Lavam a alma.
Chuvas de verão.
Cumprem
o ciclo necessário
à revitalização
das matas,
das espécies.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 13/02/2008
Código do texto: T857518
SONS DA ALMA
que invadem
os meus ouvidos
com belos
cantares
de pássaros,
quando a passear no jardim estou.
Sons
que me levam
a levitar,
sons do silêncio
que quase
não conseguimos mais escutar.
Sons
que me levam
ao Nirvana,
sons
que ouço
quando na mata estou
perto da minha gente
que por lá
se esconde
e só se revela
aos puros d’alma
aos iniciados.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 13/02/2008
PREFIRO ...
viver
de realidade
as ilusões machucam.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 13/02/2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
DÚVIDA
Título: Crianças
http://vermelhomelancia.blogspot.com/2007_05_01_archive.html
Menino?
Menina?
Grande dilema.
Preocupação,
pra quê?
Serão os dois.
Ou um dos dois.
Menino.
Menina.
Broto
gerado
e eclodido
na Lua Cheia,
na Lua da Magia,
na Lua dos Reis,
Fadas e Rainhas
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 11/02/2008
ACUSAÇÃO
de que estou a te matar,
pouco a pouco,
com a sutileza
dos torturadores,
de que em curto
espaço
de tempo
irei conseguir.
Será ?
Se eu conseguir,
de acordo com as tuas previsões.
Que lástima.
A roda que gira o mundo
continuará a girar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 11/02/2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
FIM DA DOR ?
a dor
chegou ao fim.
Enfim,
embora foste.
A deixar para trás
rastros de destruição,
de dor.
Rastros
de um amor ferido,
que tenta,
desesperadamente,
esquecer-te
e findar
com esta dor.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 10/02/2008
AMOR BANDIDO
a quem ninguém conhece.
És
quem vive na penumbra.
És
de quem não existe informação,
não sabe-se o que fazes.
Mas,
a meu lado estás.
Faz-me
brotar delírios,
prazeres.
Dúvidas,
certezas.
És
o amor oculto,
bandido,
tatuado na pele,
na alma.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 10/02/2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
BELEZA
Título: Sol
http://mauromars.weblog.com.pt/arquivo/2004_09.html
Quero o sol
a bronzear
minha pele,
a dourar
meus cabelos.
Quero o mar
a refrescar
minh’alma,
a energizar
o meu corpo.
Quero a Beleza
que passa
diante dos meus olhos
pra me dar vida,
alegrar meu coração.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 09/02/2008
NEM UMA LÁGRIMA
nem um sentimento
expressarei mais por ti.
Quanto a permaneceres a meu lado,
é por um tempo,
um dia irás e não mais voltarás.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 09/02/2008
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
RONDA
toda a casa.
Não estás.
Rondo
todos os recantos
que existem
nas ruas.
Estás.
Em outros braços.
A sentir outros afagos.
Nem um olhar.
Finges que não me vê.
Cansei de escândalos,
de maltratos.
Volto
para casa.
Só.
Como um fantasma
na escuridão.
Ao chegar,
subo até o quarto,
jogo-me à cama.
Uma dor
imensa
apodera-se de mim.
Choro
todas as lágrimas
que tenho para chorar.
E adormeço
fatigado,
na esperança
de que ao amanhecer,
estejas a dormir ao meu lado
e de que voltes para mim.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2008
FIM
Vejo-o há tempos.
Suportamos,
enquanto
deu para agüentar.
Agora,
há a dor
que nos corroerá
por uns tempos
ou por todos os tempos.
Mas,
creio que com o passar dos dias
ou dos anos
se apaziguará.
E, quem sabe?
Voltaremos a sorrir,
a viver
e até um novo amor encontrar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2008
Código do texto: T850684
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
OBSERVAÇÃO
Título: Baleias
http://ciencia.hsw.uol.com.br/baleias2.htm
Ao observar
o mar
avistei
ao longe
duas baleias,
mãe e filho,
a seguirem
seu caminho
de volta
às águas
profundas.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 07/02/2008
OLHO POR OLHO
por olho.
Dente
por dente. “
Nas Escrituras
sacramentado está.
Já ultrapassado foi.
Mas,
para ti
que não deverias,
nunca,
ter existido
em minha vida,
ainda,
acrescento:
“quem com ferro fere,
com ferro será ferido.”
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 07/02/2008
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
UMA LÁGRIMA
http://www.bloggers.it/Unachelasalunga/index.cfm?date=28%2F02%2F2006&blogaction=archive&file=blog_2_2006.xml
Uma lágrima
rolou
dos olhos
do pierrô.
Uma lágrima
de tristeza,
pela perda
de seu imenso amor.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 06/02/2008
Código do texto: T847831
AO PÉ DO OUVIDO
agora
e em nenhuma hora
o que sinto,
manterei camuflado
neste peito
sufocado
de dor.
Não dir-te-ei.
E, se possível,
evaporarei
a minha presença,
o meu cheiro,
o meu amor.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 06/02/2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
RESSACA
Título: Ressaca
http://www.flickr.com/photos/lelloalves/
A ressaca
do mar
é um espetáculo
ímpar,
inusitado.
É a força da natureza
a se manifestar,
a mostrar
a sua energia,
a informar
que quem tem força,
quem domina,
não é ninguém,
a não ser ela.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 05/02/2008
TRANQÜILIDADE
da vida,
deparei-me
contigo.
Calmo,
sereno,
tranqüilo.
Pronto
a abraçar-me,
a ter-me
a teu lado.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 05/02/2008
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
MIL FACES
tem o pierrô.
Mil faces
tem a colombina.
Mil faces
tinha o amor
que pensei
que por mim sentias.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 04/02/2008
QUERO-TE
não agora.
Quero-te
maduro,
inteiro.
Com tuas pendências
jogadas
ao vento.
Quero-te
íntegro,
sem máculas,
sem mistérios,
íntegro,
pleno.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 04/02/2008
domingo, 3 de fevereiro de 2008
CARNAVAL
http://nilsongalvao.blog.uol.com.br/
Palhaços.
Arlequim.
Pierrôs.
Colombinas.
Música.
Muita música.
Belezas.
Loucuras.
Ilusões.
Carnaval
terra propícia
às loucas sensações,
às loucas paixões.
Carnaval
folia de alguns dias..
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 03/02/2008
Código do texto: T844372
NEGO
tudo
o que
de mim falares,
o que
de mim pensares,
o que,
por ventura,
por ti sentir
ou o que
por mim sentires.
Nego-te
por três moedas
e um falso
beijo na face.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 03/02/2008
sábado, 2 de fevereiro de 2008
ENERGIA
Título: Sol e Lua
http://www.chicosena.blogger.com.br/2006_03_01_archive.html
Belo é o Sol.
Bela é a Lua.
Bela é a Energia
que em todos
os corpos
se irradia.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 02/02/2008
JOGO PERIGOSO
é o que sinto.
Imenso
é o que vivo.
Imensa
é a dor
que podemos
nos causar,
se não pararmos
de brincar
com esse jogo
perigoso
que é o amor.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 02/02/2008
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
VIVER
Título: Velas
http://groups.msn.com/Reikifloresdebachetc/lasvelas.msnw
Viver
me consome
como a luz
da vela
que fica a derreter.
Viver
me trouxe cicatrizes.
Marcas
de acidentes,
de expressões.
No corpo,
na alma.
Viver
me é importante.
Quero estar pronto,
quando
o inevitável momento chegar
com seu belo manto
e sobre mim
ajeitá-lo
para o meu corpo agasalhar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 01/02/2008
LONGE DE TI
Título: Revoada
http://www.transpantaneira.com/index.htm
Ao ver
a revoada dos pássaros,
vi
ir junta
a minha vontade
de voar
para bem longe de ti.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 01/02/2008
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
SUAVE
como a brisa.
Suave
como o sol
d’amanhã.
Suave
como o pôr-do-sol.
Suave
como a lua.
Suave
como as noites
no Sertão.
Suave
como um carinho.
Suave
como teu corpo.
Suave
como teu jeito
de amar.
Suave
como nossos beijos.
Suave...
Suave...
Nosso amor
manter-se-á.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 31/01/2008
ALMAS GÊMEAS
Siamesas.
Ligadas,
unidas
por um cordão
umbelical.
Próximas
ou distantes
vivem
a se procurar,
a tentar
se reencontrar.
Ligação profunda,
passada,
alinhavada
em outra vida,
em outro plano.
Almas gêmeas.
Unidas.
Irmãs.
Eterno amor.
Nunca os laços
se desatarão.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 31/01/2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
PISCAR D'OLHOS
piscar d’olhos
por ti
me encantei.
Em mais
um piscar d’olhos
te vi
te enxerguei
me desencantei.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2008
FLORES I
Título: Flores
http://caminhando.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_02.html
Flores molhadas
pela água
da chuva
possuem
um quê
de especial,
de jovial,
que encantam,
que enamoram
todos os pássaros
que vêm
admirá-las.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2008
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
TALVEZ
um dia
te reencontre
e o antigo amor,
que marcas indeléveis deixou,
reacender-se-á..
Talvez,
um dia
te reencontre
e o antigo amor,
como uma chama,
apagar-se-á.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2008
TE ENCONTREI
tecidos pelo tempo,
te encontrei,
ao acaso,
com os pensamentos
presos ao passado.
Te acordei.
Renasceste.
E ao olharmo-nos
nos amamos
acordados
a viver o presente.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2008
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
MENINO TRAVESSO
dos teus óculos
escondem
o olhar
do menino travesso
que sempre serás.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2008
LÁGRIMA I
derramada
dos teus olhos
dasaguou
num lindo
lago azul.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
PERSONA
num palco,
como um ator
à procura
de sua personagem,
em pleno
processo de encontro,
de elaboração,
de afinação.
A procura
do tom exato
para sua execução.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 27/01/2008
Código do texto: T834764
FEITOS NO CORAÇÃO
Desfeitos.
Sonhos refeitos.
Raros.
Sonhos meus.
Perdidos.
Achados.
Deixados de lado.
Sonhos lindos.
Feitos no coração.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 27/01/2008
sábado, 26 de janeiro de 2008
AMAMO-NOS*
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0100b03.htm
Relembro-me
de nós.
Das nossas travessuras.
Das nossas aventuras.
Das nossas descobertas.
Dos garotos que fomos.
A teu lado,
eu fui feliz.
Brincadeiras.
Passeios.
Viagens.
E nós,
vivendo num mundo
que criamos.
Só nosso.
Nele,
você se fazia de chefe.
Eu te perturbava
e te levava
para todas as peraltices,
todas as traquinagens.
Eu te fazia feliz.
Fomos assim crescendo.
Sempre juntos.
Sempre unos.
Por questões geográficas,
estamos separados.
Mas,
sempre a brincar
nos reencontros,
nos e-mails,
nas mensagens instantâneas.
Nós nos fazemos felizes.
Acredito que os meninos
que juntos cresceram
continuam vivos.
Vivos de vida.
Vivos de sentimentos.
Vivos no amor.
Afinal,
AMAMO-NOS.
* Esta poesia é dedicada a meu irmão Ulimar Paes do Amaral
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008
Código do texto: T834168
O NÃO RAIAR DO SOL...
Título: Dia Nublado
http://www.pnuma.org/publicaciones/atlas2005/images/pag000_DiaNublado.JPG.htm
O não raiar
do sol
deixa a vida
deserta
com um gosto
de nostalgia
e um quê
de solidão.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008
MINHA INFÂNCIA
pitangas,
cocos,
abacates,
tangerinas,
cabeludinhas,
amoras,
e muito, muito mais.
Assim,
era o meu jardim.
Rodeado de flores.
Rodeado de pássaros.
Rodeado de sonhos.
Rodeado de fantasias.
Com um córrego
passando ao meio.
Uma moenda
com seu néctar a derramar.
Estas são algumas lembranças
que permanecem vivas
do tempo da minha infância,
em que tudo era perfeito
e que por mais voltas
que o mundo desse
ninguém a destruiria
e que por mais voltas
que o mundo dê
ninguém a destruirá.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 26/01/2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
O AMOR NOS TEMPOS DA CÓLERA
dos desacertos,
no tempo da frigidez.
O amor nos tempos
da opressão,
do desvario.
O amor nos tempos
do não querer,
do se deixar prá lá.
O amor nos tempos
do fim,
do não querer mais
junto estar.
O amor nos tempos
da cólera,
do desentendimento,
do desamor.
O amor nos tempos
do não existir mais.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2008
POR UM INSTANTE
senti-me abandonado,
depois que me disseste
que ias embora.
Dois instantes após,
senti-me só.
Mas,
feliz.
Livre.
Sem nenhum peso
a carregar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2008
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
AO ENXERGAR
a escuridão
de minha mente,
deparei-me
com o inesperado:
um céu cheio de estrelas,
de cores várias,
a iluminar
meu corpo
e meus pensamentos.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 24/01/2008
OLHAR
de um olhar
enxerguei
um outro olhar
que me refletiu
o teu
inocente olhar
a fugir
do meu
malicioso olhar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 24/01/2008
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
SOLAR
Título: Mulata - Serigrafia de Di Cavalcanti
http://www.ruiarts.com.br/obras/di_serigrafia_mulata.jpg
Menina.
Solar.
Solare.
Do sol.
Morena
matreira.
Perdida
na areia
do mar.
Com a cor
do cravo
e o cheiro
da canela,
me recorda
a Gabriela.
Menina
faceira,
olhe para os meus olhos,
encontre-os
e corra
pros meus braços
pra me amar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2008
AO AMAR...
a leoa o acaricia
dando-lhe o afeto
e as sensações necessárias
para o seu amadurecimento.
Ao amar um homem,
uma mulher
o lambe como cria,
torna-se sua dona,
procura afastá-lo
dos perigos que o rodeia,
dando-lhe o afeto
e o amor necessários
para que ele seguro
vá à caça,
conquistar mundos,
poder,
mostrar sua virilidade
amadurecida
e voltar correndo
aos braços da sua leoa.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2008
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
PEDRAS NO CAMINHO
encontrei-as,
em todas pisei,
passei sobre elas
com a elegância
de um cisne,
delicadamente,
com todo um rito
a respeitar.
Obstáculos na vida
com eles deparei-me.
Tentei esquivar-me.
Mas, vivenciei-os
como um bailarino
a dançar o último ato
da sua apresentação,
respeitando a todos
os Deuses do Teatro,
seguindo a todo um rito,
a todo um mistério
que só a vida compõe.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2008
RODA MULATA
Gira pião.
Roda mulata
faceira.
Dona
do meu coração.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 22/01/2008
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
NÃO ME MANDE FLORES
Título: Flores
http://www.komandokroketa.org/Pala-Ip/11_56_58_59_62_63_66flores.jpg
Não me mandes flores.
Se pensares,
jogue-as no lixo.
Ou guarde-as
para enganares
a outros
que caiam em tuas ciladas.
Não me mandes flores.
Inimigos são reservados.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008
CHUVA
chova,
chova depressa,
chova forte,
pro Sertão Nordestino
não morrer
sem água,
de sede.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
QUEM ÉS?
para me lançar,
novamente,
um olhar?
Atualmente,
és nada.
És o tudo
que um dia
para mim
muito significou.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008
SEM VOCÊ
é o que não vou
te dizer.
Vivo bem
sem tua presença,
sem teu cheiro,
sem teu hálito.
Vivo feliz.
Só.
Totalmente,
sem você.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2008
sábado, 19 de janeiro de 2008
ARCO-ÍRIS
Título: Arco-Íris
http://estaciondesbrujulario.blogia.com/upload/rainbow-light.jpg
Ao entardecer,
após uma tempestade,
na areia da praia,
a buscar
conchinhas
do mar,
encontrei
uma estrela-do-mar,
uma reluzente estrela,
diferente,
que me levou
através de um arco-íris
ao encontro de um amor
de quem havia me perdido no passado.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008
A TEU LADO
é viver com o passado,
não com o presente,
este é colocado
pra escanteio,
renegado,
sonegado.
Viver a teu lado
é não me viver.
É morrer.
Morrer...
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
LÁGRIMA
VIDAS
opostas,
vividas.
Vidas sofridas,
perdidas,
mal amadas.
Vidas não reveladas,
invadidas,
devassadas.
Vidas felizes,
realizadas,
amadas.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 18/01/2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
REVELAÇÃO
Título: Homem nu
http://www.angela.amorepaz.nom.br/Quadro_homem_nu_novo.jpg
Ao me revelar para você,
perdi a proteção
que me envolvia.
Fiquei nu.
Retirei minha fantasia.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2008
Código do texto: T820588
VENTOS
Ventos fortes.
Ventanias.
Retirem
de minha mente
o que tirar
não consigo.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2008
Código do texto: T820586
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
VISTA D'OLHOS
d’olhos
te dei
morenice
de beira-mar.
Vista d’olhos
profunda,
de águia
a perseguir
a tua presa,
certeira,
fatídica,
nem escapatória
tiveste.
Caíste
na rede jogada.
Agora,
é sentir
se o momento
inflama
e explode.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2008
FUJAS
Corras muito.
Corras léguas.
Fujas de mim.
Do meu cheiro.
Da minha presença.
Da minha vida.
Não me rodeies.
Não me contornes.
Saias.
Sumas do mundo
que aponta pra mim.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2008
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
TERRA
NAS NUVENS
em teus braços.
Em teu colo
me envolver
e esquecer
o mundo
que me rodeia
para nas nuvens
contigo viver.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 15/01/2008
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
ESCREVER
Título: Escrivaninha
Fotografia sem indicação de autoria
Mil faces
compõem o meu escrever.
A cada traço da pena,
uma vida encontrada.
Este é o meu papel de poeta.
Ser várias personas
sem me incomodar
qual delas irá me absorver,
irá me utilizar.
O mundo é pequeno.
O que vive n’alma,
no subconsciente
é profundo,
existe.
Ultrapassa teorizações.
Ultrapassa dimensões.
Escrito está nos pergaminhos,
há milênios.
É só entender.
É vivo.
É eterno.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 14/01/2008
SONHOS
Sonhos.
Vida etérea.
Vida viva.
Mágicas.
Feitiços.
Tudo
a se realizar.
Um balão
nos leva
pelos céus.
Um barco
nos transporta
pelos mares.
Sonhos.
Sonhados.
Nunca perdidos.
Sempre realizados.
Sonhos.
Sono.
Pena
ter acordado.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 14/01/2008
domingo, 13 de janeiro de 2008
ALÉM-MAR
Águas profundas.
Grandes barcos.
Viagem.
Longa.
Pássaros.
Há dias não se vê.
Olhos aos céus.
À procura
de pelo menos um,
que nos possa orientar.
E sabermos
se estamos próximos
à terra firme
e com o coração
além-mar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 13/01/2008
SUTIS DIFERENÇAS
não me assemelham a ti.
Talvez a voz.
O andar.
O olhar.
Ou o fato
de sempre errar,
como todas as gentes
na tentativa de o erro acertar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 13/01/2008
sábado, 12 de janeiro de 2008
LEÃO NO INVERNO
Título: Leão
http://www.bussolaescolar.com.br/animais/leao.jpg
Te amei
com forças tantas
que te gerei
no meu coração.
Numa torre,
longínqua,
abandonaste-me.
Deixaste-me só.
Conheci o sofrer.
Mesmo assim,
continuas nele a viver,
com toda a dor,
com todo o furor,
de um animal que a cria perde,
nele estás,
agasalhado,
do frio e da fome,
protegido sob o meu manto
o de um Leão no Inverno.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 12/01/2008
AMOR DE VERÃO
amor gostoso,
brilhante,
bronzeado.
Amor descomplicado
a buscar a diversão,
os encontros,
os encantos do mar,
os encantos do sol
a iluminar corpos expostos,
na intenção deste amor encontrar.
Amor de verão,
passageiro,
marcante,
eterno.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 12/01/2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
VIDA ENSOLARADA
ETERNO AMOR
Assim um dia
foi nosso amor.
Incerto.
Assim passou
por diversas fases
nosso amor.
Com atritos.
Assim viveu
por muito tempo
nosso amor.
Finito.
Custou,
mas , assim terminou
nosso eterno amor.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 11/01/2008
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
CAIS
no cais
a procura de você.
Agora,
vivo nas noites do cais,
amando um ou outro,
tanto faz.
Porém,
decidido está,
não quero a você
mais encontrar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2008
ASSIM
como o vento.
Claro
como a lua.
Assim,
sou eu
quando quero
me deixar
entrar na sua.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
MULTICOLORIDA
Título: Bolas
http://www.bancoimagenes.com/cd683/cd683f005_a.jpg
Bolas.
Vermelhas.
Azuis.
Amarelas.
Coloridas.
Pra chutar.
Soltas no ar.
Lindas.
Brilhantes.
Verdes.
Grenás.
Bolas.
Muitas bolas.
Voltam-me
à minha infância.
Multicolorida.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2008
TRISTEZA
em mim bateu
por não tê-la
a me rodear.
Tristeza
em mim bateu
quando você se foi
e esqueceu de voltar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 09/01/2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
TRÊS ESPINHOS
me apontam
à tez.
Diáfanos.
Insistentes.
Persistentes.
Ruidosos.
Brilhosos.
Valorosos.
Espinhos de escribas.
Cravos na cruz.
Espinhos poéticos.
Poesias cibernéticas.
Soltas ao vento
como o ar a voar.
Três sinais.
Três encontros.
Três veios herméticos.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 08/01/2008
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UM BONECO
não mais estou.
Esvaíste-me
do meu corpo
deixando-me
como, realmente, sou,
um boneco,
um palhaço
em tiras,
à procura
de quem me remende
e volte
a me fazer sorrir
sob a lona
da Loucura.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 08/01/2008
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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
CRIANÇAS
Título: Crianças
http://www.uniredh.com.br/blog/file-757283.jpg
Pipas
soltas no ar.
Bolas
no chão a rolar.
Bonecas
pela calçada
a passear.
Barulho.
Muito barulho.
Férias!
Amarelinha.
Pique-esconde.
Queimado.
Mães atentas.
Cachorro-quente.
Pipoca.
Doces.
Um ritual
que se segue
até o sol se pôr.
Silêncio!
Crianças a dormir.
A sonhar
com um novo sol raiar
para tudo,
novamente,
recomeçar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2008
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UM MINUTO
um minuto
de silêncio
para me falarem
a teu favor.
Neguei.
Por ti,
nem mais
um silêncio
ou um falar
de orador.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2008
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domingo, 6 de janeiro de 2008
NUVENS
Título: Nuvens
http://www.inap.com.br/sitercaio/fotos/nuvens.jpg
Nuvens
que diversas
formas têm.
Todos os dias
se recrie
em novas formas,
como se estivesse a pintar
o céu
pra um
precioso bem.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 06/01/2008
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PENSAMENTO
Título: Anjo
http://i31.photobucket.com/albums/c359/luluzinhatrue/anjo.jpg
Pensamentos soltos
que vêm
E que vão.
Pensamentos livres
que rédeas não possuem.
Pensamentos encantados
que brotam
em meu peito.
Enfeitice
este Anjo
que se esconde
dentro de mim.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 06/01/2008
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sábado, 5 de janeiro de 2008
AMOR
algo indefinido,
que não sei o que é.
É misterioso.
Profundo.
Místico.
Ultrapassa
a compreensão.
É costumeiro.
Audaz.
Aventureiro.
Fere.
Deixa dor.
Nos faz dizer
o que não se diz.
Nos deixa aflitos,
sem rumo,
de quatro.
É o amor,
a acertar
outro alvo.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2008
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EXAUSTÃO
de te carregar,
me pesas
as costas.
O fardo
é grande.
Pensei
que ia agüentar.
Mas, não.
É hora
de me libertar.
Quero ser feliz,
sei que é possível.
Nem que tenha de ir para outro lugar,
me mudar.
E, me reinventar.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2008
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
CHUVA QUE CAI
Título: Chuva
http://www.christiananswers.net/q-eden/rain.jpg
Chuva que cai forte
como um véu de noiva
que se deslocou das matas
lave-me
retire-me todos os ungüentos
limpe-me por fora
e por dentro
e torne-me de novo
feliz.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 04/01/2008
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PROMÍSCUO
que te venero,
que só a ti quero.
Engano-te.
Amo
a outras e outros
em um eterno frenesi.
Só de ti fujo.
Só a ti não quero.
Desvio de comportamento,
de conduta?
Não.
Promíscuo
é o que sou, isto sim.
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 04/01/2008
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