Há tempos não acontecia.
Parecia que o mundo estava estagnado.
Eu, de um lado.
Eles, do outro.
Sem se tocarem.
Imóveis.
Só os sentimentos,
só os pensamentos,
corroíam a nossa existência.
Existência maculada
por sensações
que não deveriam ser reveladas.
Maculada por um dos lados.
O lado que já se desconhecia,
que se perdia nas irrelevâncias do existir.
O mundo não parou.
Continuou a girar.
E num desses giros,
um lado sentiu dor, solidão.
Sentiu-se só por dentro e por fora.
A reviravolta.
E o mundo a girar...
O lado que estava agonizante,
aos poucos, começou a se levantar.
A ver um belo Sol voltar a brilhar.
Tomada de consciência.
Há tempos não acontecia.
E, agora, voltou a acontecer.
Houve o perdão.
Houve o amor.
Houve o filho pródigo de volta ao lar.
Houve a vitória plena da sabedoria.
Pai e Mãe e filhos se reencontram no achego,
no aconchego do colo de um Amor
que ultrapassa fronteiras
e nunca deixará de existir.
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258754
"É lugar onde o escritor de prosa ou verso e os admiradores destas formas de expressão, de arte se encontram."
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
LUZ
Bolas.
Flores.
Bolo.
Música.
Som.
Cores.
Mãe.
Pai.
Sonho. Ilusão.
Vovós.
Vovôs.
Mãezinha.
Mãezona.
Tias.
Tios.
Dinho.
Primos.
Amigos.
Todas as gerações.
Todos os encontros.
Todas as vidas
unidas numa só direção.
Direção a Deus.
Direção a mulher,
ao homem,
na sua procriação,
no nascimento
do seu rebento,
do seu fruto maduro,
de sua energia,
de sua perpetuação:
uma menina,
uma criança,
uma Luz que a todos irradia:
Sophia!
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258667
Flores.
Bolo.
Música.
Som.
Cores.
Mãe.
Pai.
Sonho. Ilusão.
Vovós.
Vovôs.
Mãezinha.
Mãezona.
Tias.
Tios.
Dinho.
Primos.
Amigos.
Todas as gerações.
Todos os encontros.
Todas as vidas
unidas numa só direção.
Direção a Deus.
Direção a mulher,
ao homem,
na sua procriação,
no nascimento
do seu rebento,
do seu fruto maduro,
de sua energia,
de sua perpetuação:
uma menina,
uma criança,
uma Luz que a todos irradia:
Sophia!
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2008
Código do texto: T1258667
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
TATUAGEM
Corte-me os pulsos.
Prenda-me o ar.
Mas,
deixe-me viver.
Viver o presente,
o passado,
o futuro,
a um só tempo,
para que não se esvaia.
Deixe-me livre
sem as correntes,
sem as amarras,
que eu fico preso,
como tatuagem,
ao teu corpo,
ao teu peito,
ao teu coração.
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2008
Código do texto: T1205550
Prenda-me o ar.
Mas,
deixe-me viver.
Viver o presente,
o passado,
o futuro,
a um só tempo,
para que não se esvaia.
Deixe-me livre
sem as correntes,
sem as amarras,
que eu fico preso,
como tatuagem,
ao teu corpo,
ao teu peito,
ao teu coração.
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2008
Código do texto: T1205550