Fora!
Quero a brasilidade,
a força da nossa gente,
brotando a cada verso,
sendo retratada.
Quero Gregório de Matos
a enxovalhar os governantes da sua época.
Quero Gonçalves Dias
a lutar
pelos nossos guerreiros
da tribo Tupi.
Quero Aluísio de Azevedo
a mostrar
uma língua dissecada
dos cortiços cariocas.
Quero: Machado de Assis,
e seu nobre linguajar,
ao lado da sua dissimulada Capitu,
Jorge Amado
andando pelos sertões da Bahia,
a apontar o coronelismo
e a malemolência de Gabriela,
Graciliano Ramos
e a cachorrinha Baleia,
na seca nordestina,
em Vidas Secas,
Guimarães Rosa,
e o amor entre os jagunços
Riobaldo e Diadorim,
no interior do país,
e o resgate da linguagem
do homem desse lugar,
no Grande Sertão: Veredas,
Carlos Drumond de Andrade
e sua pedra “no meio do caminho”,
Cecília Meireles
e seu Romanceiro da Inconfidência,
Clarice Lispector
e sua prosa poética,
Rachel de Queiroz
com sua heroína
em seu Memorial de Maria Moura
e Mário de Andrade,
com seu Macunaíma
e o seu resgate da cultura brasileira.
Quero a Língua “Brasileira”
mostrando os heróis da nossa gente,
com todos os nossos trejeitos.
Sendo falada
e escrita por nós.
Vista como deve ser:
com Orgulho.
Só assim
se faz um grande nação:
com seu idioma,
sua cultura
e amor a ela.
Por isso,
falo em alto
e bom tom.
Estrangeirismos?
Fora!!!
Edilmar Amaral
Publicado no Recanto das Letras em 14/12/2007
Código do texto: T777684
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
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